Enquanto quis Fortuna que tivesse
esperança de algum contentamento,
o gosto de um suave pensamento
me fez que seus efeitos escrevesse.
Porém, temendo Amor que aviso desse
minha escritura a algum juízo isento,
escureceu-me o engenho co tormento,
para que seus enganos não dissesse.
Ó vós que Amor obriga a ser sujeitos
a diversas vontades! Quando lerdes
num breve livro casos tão diversos,
verdades puras são, e não defeitos...
E sabei que, segundo o amor tiverdes,
tereis o entendimento de meus versos!
Luis de Camões
A sorte de poder ter descoberto
Durante os desvarios desta vida
Por vezes tão alheia; vã, perdida
O Amor que mesmo sendo alheio; incerto,
Trazendo algum oásis num deserto
Do qual, mesmo distante uma saída,
Permite que se encontre, distraída,
Aquela a quem desejo aqui por perto.
Por mais que me escravize; intenso Amor,
Enquanto traz em si a liberdade,
A razão de existir estes meus versos,
Está no seu poder transformador,
Trazendo a fantasia à realidade,
Sentimentos, unindo; antes dispersos...
MARCOS LOURES
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Monday, October 29, 2012
O CUSTO DA ESPERANÇA
O custo da esperança é a tristeza,
Do nada conseguir após a luta,
Ao ter a solidão por sobremesa,
Eu sinto quanto a vida se faz bruta.
Uma alma necessita ser astuta,
Vencendo qualquer forte correnteza,
Porém quando insegura, ela reluta,
Naufraga sem mostrar qualquer destreza.
Versando sobre o quanto que te quis,
Riscando o quadro negro, apago o giz,
E deixo este vazio na parede.
Percebo quanto estúpido é sonhar
E volto a realidade devagar,
Do mar que imaginei sobre a sede...
Do nada conseguir após a luta,
Ao ter a solidão por sobremesa,
Eu sinto quanto a vida se faz bruta.
Uma alma necessita ser astuta,
Vencendo qualquer forte correnteza,
Porém quando insegura, ela reluta,
Naufraga sem mostrar qualquer destreza.
Versando sobre o quanto que te quis,
Riscando o quadro negro, apago o giz,
E deixo este vazio na parede.
Percebo quanto estúpido é sonhar
E volto a realidade devagar,
Do mar que imaginei sobre a sede...
CAMINHEIRO
Da vida um caminheiro sem paragem,
Adormecendo, lembro-me de ti,
Relembro cada cena que vivi,
Como se fosse agora, vã miragem...
Reconstruir meus sonhos e seguir
Sorvendo cada gole de esperança.
E quando maltratar-me tal lembrança,
Olhar para o futuro, e no porvir
Saber que este andarilho coração,
Terá algum descanso, finalmente,
Nos braços de outro alguém, ir plenamente
Buscando novo rumo e direção,
Até poder dizer que estou em paz,
Diverso do que fui tempos atrás...
Adormecendo, lembro-me de ti,
Relembro cada cena que vivi,
Como se fosse agora, vã miragem...
Reconstruir meus sonhos e seguir
Sorvendo cada gole de esperança.
E quando maltratar-me tal lembrança,
Olhar para o futuro, e no porvir
Saber que este andarilho coração,
Terá algum descanso, finalmente,
Nos braços de outro alguém, ir plenamente
Buscando novo rumo e direção,
Até poder dizer que estou em paz,
Diverso do que fui tempos atrás...
DISFARÇO
Disfarço vendo a praça onde o amor
Mostrou-me sua face traiçoeira,
Momentos de alegria e de rancor,
A vida é uma eterna ratoeira.
Chegasse mais distante, aonde for,
Espinhos vão tomando esta roseira,
E o tempo que passei a teu dispor,
Explica esta esperança derradeira.
Acendo uma fogueira, e vou à luta,
Derramo a querosene sobre o chão,
A mão da insensatez, demais astuta,
Esculpe a fantasia que geraste,
Vagando sem destino, coração,
Carrega o enorme peso do desgaste.
Mostrou-me sua face traiçoeira,
Momentos de alegria e de rancor,
A vida é uma eterna ratoeira.
Chegasse mais distante, aonde for,
Espinhos vão tomando esta roseira,
E o tempo que passei a teu dispor,
Explica esta esperança derradeira.
Acendo uma fogueira, e vou à luta,
Derramo a querosene sobre o chão,
A mão da insensatez, demais astuta,
Esculpe a fantasia que geraste,
Vagando sem destino, coração,
Carrega o enorme peso do desgaste.
NAS ÁGUAS DESTE AMOR
Amor enche barriga? Mas esvazia
E quando isso acontece, outro guri,
Ou pode ser também uma guria,
É lá no Ceará ou bem aqui.
A fome vem chegando pela porta,
Amor pula depressa uma janela,
Quem disse que com isso não se importa,
Um belo mentiroso se revela...
Amor numa casinha de sapê,
Na beira do riacho... isto é poético
Mas quando o trem aperta, ninguém crê
Que ainda exista algum espírito ético.
Mas deixa de conversa e venha logo,
Nas águas deste amor, quero e me afogo.
E quando isso acontece, outro guri,
Ou pode ser também uma guria,
É lá no Ceará ou bem aqui.
A fome vem chegando pela porta,
Amor pula depressa uma janela,
Quem disse que com isso não se importa,
Um belo mentiroso se revela...
Amor numa casinha de sapê,
Na beira do riacho... isto é poético
Mas quando o trem aperta, ninguém crê
Que ainda exista algum espírito ético.
Mas deixa de conversa e venha logo,
Nas águas deste amor, quero e me afogo.
SEM LIMITES
Em pleno fim de tarde, noite chega,
E a gente se entregando sem limites,
O amor não aceitando mais palpites,
Por mares tão diversos, já navega...
E nesta insanidade, nossa entrega,
Por mais que razoável inda evites,
Não resistindo mais a tais convites,
Bebemos melhor vinho desta adega
E assim, vamos brindando a noite inteira,
Flutuas nos meus braços, quando danças,
A amiga, louca amante e companheira,
Singrando os oceanos da paixão,
Deixando para trás tolas lembranças,
Vivendo enfim total revolução...
E a gente se entregando sem limites,
O amor não aceitando mais palpites,
Por mares tão diversos, já navega...
E nesta insanidade, nossa entrega,
Por mais que razoável inda evites,
Não resistindo mais a tais convites,
Bebemos melhor vinho desta adega
E assim, vamos brindando a noite inteira,
Flutuas nos meus braços, quando danças,
A amiga, louca amante e companheira,
Singrando os oceanos da paixão,
Deixando para trás tolas lembranças,
Vivendo enfim total revolução...
TELEGRAMA
Recebo o telegrama em que falas
Do amor que tantas vezes magoaste,
Depois de vários anos, o desgaste
Tomou de nossas casas, quartos, salas...
Percebo é que tampouco tu te abalas,
Falando do que outrora fora uma haste,
Parece que em verdade já limpaste
Ao desfazer os sonhos, velhas malas...
Agora o que resta é ter bastante
Força para enfrentar os temporais,
Eu sei que não virás, e num instante
Aquilo que era doce fez-se azedo,
Saber que não verei a ti jamais,
Só traz insegurança, dor e medo.
Do amor que tantas vezes magoaste,
Depois de vários anos, o desgaste
Tomou de nossas casas, quartos, salas...
Percebo é que tampouco tu te abalas,
Falando do que outrora fora uma haste,
Parece que em verdade já limpaste
Ao desfazer os sonhos, velhas malas...
Agora o que resta é ter bastante
Força para enfrentar os temporais,
Eu sei que não virás, e num instante
Aquilo que era doce fez-se azedo,
Saber que não verei a ti jamais,
Só traz insegurança, dor e medo.
HÁ TEMPOS
Há tempos que preciso te dizer
Dos vales e montanhas que enfrentei
Buscando ter nas mãos, nosso prazer,
Errante caminheiro que sem lei
Seguia por desertos e planaltos,
Vagando cordilheiras e oceanos,
Encontrando percalços e ressaltos,
Cevado por delírios sempre insanos.
Avanço noite afora nesta busca
Que um dia me trará felicidade.
E quando a luz da lua, toca e ofusca,
Eu bebo a me fartar da claridade.
E vejo num segundo todo o céu,
Contido na beleza de um rondel....
Dos vales e montanhas que enfrentei
Buscando ter nas mãos, nosso prazer,
Errante caminheiro que sem lei
Seguia por desertos e planaltos,
Vagando cordilheiras e oceanos,
Encontrando percalços e ressaltos,
Cevado por delírios sempre insanos.
Avanço noite afora nesta busca
Que um dia me trará felicidade.
E quando a luz da lua, toca e ofusca,
Eu bebo a me fartar da claridade.
E vejo num segundo todo o céu,
Contido na beleza de um rondel....
MEIGUICE
Tu tens esta meiguice ímpar, querida,
E trazes nos teus braços o calor
Mantendo o que há de bom em nossa vida,
Cultivas com carinho, o nosso amor.
A minha caminhada, distraída,
Às vezes gera espinho e mata a flor,
Porém na tua estrada enternecida
Encontro farta paz. Merecedor?
Demônios me acompanham vez em quando,
O dia pouco a pouco se nublando,
Mas trazes este sol que me redime,
Tu és meu contraponto; com certeza,
Guiada nossa história em tal destreza
Fazendo com que mais e mais te estime...
E trazes nos teus braços o calor
Mantendo o que há de bom em nossa vida,
Cultivas com carinho, o nosso amor.
A minha caminhada, distraída,
Às vezes gera espinho e mata a flor,
Porém na tua estrada enternecida
Encontro farta paz. Merecedor?
Demônios me acompanham vez em quando,
O dia pouco a pouco se nublando,
Mas trazes este sol que me redime,
Tu és meu contraponto; com certeza,
Guiada nossa história em tal destreza
Fazendo com que mais e mais te estime...
ORGÁSTICA ILUSÃO
Orgástica ilusão tomando a cena,
Levado pelas ânsias da paixão,
O quanto que te quis; atroz, serena,
Um mundo num completo turbilhão...
Porém a nossa vida tão amena,
Seguindo sempre a mesma direção,
Embora na verdade nunca plena,
Ainda traz em si, satisfação...
Loucuras e delírios... Quem me dera,
É sempre a mesma coisa, a mesma espera
E a fera que eu sonhei, domesticada...
O amor do dia a dia, na hora exata,
Enquanto traz alento me maltratada,
Rotina sem mistérios, decorada...
Levado pelas ânsias da paixão,
O quanto que te quis; atroz, serena,
Um mundo num completo turbilhão...
Porém a nossa vida tão amena,
Seguindo sempre a mesma direção,
Embora na verdade nunca plena,
Ainda traz em si, satisfação...
Loucuras e delírios... Quem me dera,
É sempre a mesma coisa, a mesma espera
E a fera que eu sonhei, domesticada...
O amor do dia a dia, na hora exata,
Enquanto traz alento me maltratada,
Rotina sem mistérios, decorada...
PERDOE SE NÃO TRAGO ALGUM SORRISO
Perdoe se não trago algum sorriso,
Tampouco uma alegria, mesmo falsa,
Minha alma tantas vezes vai descalça
Num passo cada vez mais impreciso.
Se em cores tão diversas me matizo,
O olhar outros caminhos já não alça,
Quebrei a velha ponte e sem ter balsa,
Jamais novo horizonte, sei e piso.
Naufrago a cada dia mais um pouco,
Desfilo pelas ruas feito louco,
Expondo estas feridas, velhas chagas...
Não quero o teu alento nem consolo,
Se há tanto reconheço quão sou tolo,
Enfrentarei tais mares, duras vagas...
Tampouco uma alegria, mesmo falsa,
Minha alma tantas vezes vai descalça
Num passo cada vez mais impreciso.
Se em cores tão diversas me matizo,
O olhar outros caminhos já não alça,
Quebrei a velha ponte e sem ter balsa,
Jamais novo horizonte, sei e piso.
Naufrago a cada dia mais um pouco,
Desfilo pelas ruas feito louco,
Expondo estas feridas, velhas chagas...
Não quero o teu alento nem consolo,
Se há tanto reconheço quão sou tolo,
Enfrentarei tais mares, duras vagas...
NA PAZ DO SENHOR
Na paz do Meu Senhor. Felicidade
Na beleza do sol que me ilumina
Num pássaro a voar, a liberdade,
Galope de um corcel balança a crina
No encanto que nos traz uma saudade
No riso delicado da menina,
No amor que nos transmite a claridade,
No brilho do luar, força divina.
Eu agradeço a Ti cada momento,
A vida que me deste, e mesmo a dor,
Que ensina, pois somente o sofrimento
Liberta o coração do ser humano,
Erguendo a minha prece ao Redentor,
Ao Pai, ao Criador, Meu Soberano...
Na beleza do sol que me ilumina
Num pássaro a voar, a liberdade,
Galope de um corcel balança a crina
No encanto que nos traz uma saudade
No riso delicado da menina,
No amor que nos transmite a claridade,
No brilho do luar, força divina.
Eu agradeço a Ti cada momento,
A vida que me deste, e mesmo a dor,
Que ensina, pois somente o sofrimento
Liberta o coração do ser humano,
Erguendo a minha prece ao Redentor,
Ao Pai, ao Criador, Meu Soberano...
BATUQUE
No quase fiz o tanto necessário
Pra que não fosse o tempo já perdido,
Por todos os insetos; demolido,
Fugindo para dentro deste armário,
Não posso ser poeta ou mercenário
Apenas o que quero é teu ouvido,
E se possível ter tua libido
Num jeito fabuloso, forte e vário.
Mulher que deusa e dama, quenga e puta,
A santa mais safada e tão audaz,
Além do imaginário sei que faz,
Pra tanto se mostrando mais astuta,
O verso te tocando te cutuca,
E o coração poeta já batuca...
Pra que não fosse o tempo já perdido,
Por todos os insetos; demolido,
Fugindo para dentro deste armário,
Não posso ser poeta ou mercenário
Apenas o que quero é teu ouvido,
E se possível ter tua libido
Num jeito fabuloso, forte e vário.
Mulher que deusa e dama, quenga e puta,
A santa mais safada e tão audaz,
Além do imaginário sei que faz,
Pra tanto se mostrando mais astuta,
O verso te tocando te cutuca,
E o coração poeta já batuca...
THE WALL OF MIRRORS
Espelho refletindo noutro espelho
Mosaicos que traduzem o meu rosto,
Em trágico espetáculo se exposto
Traduz ao que em verdade me assemelho.
Na frágil consistência de um conselho,
A vida se invernando, eterno agosto,
Afasto-me das coisas que mais gosto,
E entrego-me ao vazio, de joelho.
As cartas e os recados foram tantos,
Meus medos não bastaram, vou morrer.
E quando isto eu percebo, passo a crer,
Que apenas coletando desenganos,
Fiz nesta vida o imenso mausoléu,
Tentando pelo menos, crer no Céu...
Mosaicos que traduzem o meu rosto,
Em trágico espetáculo se exposto
Traduz ao que em verdade me assemelho.
Na frágil consistência de um conselho,
A vida se invernando, eterno agosto,
Afasto-me das coisas que mais gosto,
E entrego-me ao vazio, de joelho.
As cartas e os recados foram tantos,
Meus medos não bastaram, vou morrer.
E quando isto eu percebo, passo a crer,
Que apenas coletando desenganos,
Fiz nesta vida o imenso mausoléu,
Tentando pelo menos, crer no Céu...
MINHA ALMA
MINHA ALMA
Minha alma, velha pária sem repouso,
Esgueira-se entre as pedras das calçadas.
Um sonho mais audaz; por vezes, ouso,
Porém as minhas pernas, tão cansadas.
O pensamento vaga entre ladeiras,
Estúpido poeta; quis amores,
As dores tão comuns e costumeiras
Enquanto os sonhos são frágeis atores...
Procuro na sarjeta algum recanto,
Aonde repousar minha alma inerme,
Até as ratazanas, desencanto,
Expulsam tal espectro, amaro verme...
Só me restam as águas poluídas
E as velhas ilusões apodrecidas...
Minha alma, velha pária sem repouso,
Esgueira-se entre as pedras das calçadas.
Um sonho mais audaz; por vezes, ouso,
Porém as minhas pernas, tão cansadas.
O pensamento vaga entre ladeiras,
Estúpido poeta; quis amores,
As dores tão comuns e costumeiras
Enquanto os sonhos são frágeis atores...
Procuro na sarjeta algum recanto,
Aonde repousar minha alma inerme,
Até as ratazanas, desencanto,
Expulsam tal espectro, amaro verme...
Só me restam as águas poluídas
E as velhas ilusões apodrecidas...
Sunday, October 28, 2012
MILAGRES
MILAGRES
No porto dos milagres, orações,
Clamando pela paz, grana e saúde.
Fugindo da doença e do ataúde
Pedindo novamente mil perdões.
De volta ao velho cais, embarcações,
Repetindo esta cena que amiúde
Procura por um Deus que sempre ajude,
Lançando para o Céu, lamentações...
A missa vem bem antes do forró,
Chamego de morena é tentação,
Mas Deus é muito bom, sei que tem dó
Da pobre criatura sem juízo.
Arrependido, peço outro perdão,
E arrombo este portal, do Paraíso...
EU TENTO
EU TENTO
Eu tento embora não mais acredite
Que a gente possa um dia ser assim,
Vou dando vez em quando algum palpite
Na grande maioria, é bem ruim.
A vida quer impor o seu limite,
Porém a fantasia não tem fim,
Postando alguma coisa que me incite
A demonstrar o que há dentro de mim,
Amiga; não percebo ser possível
Qualquer mudança feita por quem sonha,
Imagem realista é tão medonha
E a felicidade sendo incrível,
Não vejo outra saída senão esta,
A festa preparada, então: funesta...
MARCOS LOURES
Eu tento embora não mais acredite
Que a gente possa um dia ser assim,
Vou dando vez em quando algum palpite
Na grande maioria, é bem ruim.
A vida quer impor o seu limite,
Porém a fantasia não tem fim,
Postando alguma coisa que me incite
A demonstrar o que há dentro de mim,
Amiga; não percebo ser possível
Qualquer mudança feita por quem sonha,
Imagem realista é tão medonha
E a felicidade sendo incrível,
Não vejo outra saída senão esta,
A festa preparada, então: funesta...
MARCOS LOURES
NO MEU AMOR
NO MEU AMOR
No meu amor, bengala que me leva
Pelas esquinas, curvas, montes, ruas...
O peito apaixonado sempre neva
As bocas que beijamos sempre cruas.
Escapo da tortura, fuga e treva,
Não busco meus prazeres nessas luas.
O resto do que fomos não me ceva,
O tempo que passamos, noites nuas...
Colhendo as margaridas que plantaste,
Nos medos que me trazem desolado...
Nos ventos que tempestas já fui haste.
As víboras se posam de vestais,
Coroas por viver apaixonado.
Os cernes dos amores canibais...
No meu amor, bengala que me leva
Pelas esquinas, curvas, montes, ruas...
O peito apaixonado sempre neva
As bocas que beijamos sempre cruas.
Escapo da tortura, fuga e treva,
Não busco meus prazeres nessas luas.
O resto do que fomos não me ceva,
O tempo que passamos, noites nuas...
Colhendo as margaridas que plantaste,
Nos medos que me trazem desolado...
Nos ventos que tempestas já fui haste.
As víboras se posam de vestais,
Coroas por viver apaixonado.
Os cernes dos amores canibais...
MEUS QUINTAIS
MEUS QUINTAIS
Revejo os meus quintais na primavera,
Ilhado neste quarto, apartamento,
O verso que compus, traduz espera,
A salvação virá, qualquer momento.
Resisto bravamente, sorte mera,
E mesmo ser feliz, ainda tento,
Naufrago no teu mar, minha galera,
E busco, vez em quando, um novo invento.
Mas vendo estas paredes no horizonte,
Queria com a vida última ponte
Perdi os velhos elos da corrente
Trancafiado aqui, neste lugar,
Revejo o meu quintal e vou buscar
Algum retrato fusco em minha mente...
Revejo os meus quintais na primavera,
Ilhado neste quarto, apartamento,
O verso que compus, traduz espera,
A salvação virá, qualquer momento.
Resisto bravamente, sorte mera,
E mesmo ser feliz, ainda tento,
Naufrago no teu mar, minha galera,
E busco, vez em quando, um novo invento.
Mas vendo estas paredes no horizonte,
Queria com a vida última ponte
Perdi os velhos elos da corrente
Trancafiado aqui, neste lugar,
Revejo o meu quintal e vou buscar
Algum retrato fusco em minha mente...
MINHA ALMA
MINHA ALMA
Minha alma, velha pária sem repouso,
Esgueira-se entre as pedras das calçadas.
Um sonho mais audaz; por vezes, ouso,
Porém as minhas pernas, tão cansadas.
O pensamento vaga entre ladeiras,
Estúpido poeta; quis amores,
As dores tão comuns e costumeiras
Enquanto os sonhos são frágeis atores...
Procuro na sarjeta algum recanto,
Aonde repousar minha alma inerme,
Até as ratazanas, desencanto,
Expulsam tal espectro, amaro verme...
Só me restam as águas poluídas
E as velhas ilusões apodrecidas...
Minha alma, velha pária sem repouso,
Esgueira-se entre as pedras das calçadas.
Um sonho mais audaz; por vezes, ouso,
Porém as minhas pernas, tão cansadas.
O pensamento vaga entre ladeiras,
Estúpido poeta; quis amores,
As dores tão comuns e costumeiras
Enquanto os sonhos são frágeis atores...
Procuro na sarjeta algum recanto,
Aonde repousar minha alma inerme,
Até as ratazanas, desencanto,
Expulsam tal espectro, amaro verme...
Só me restam as águas poluídas
E as velhas ilusões apodrecidas...
ME ALUCINAS
ME ALUCINAS
As noites quando estão enluaradas
Distantes destas brumas costumeiras
Dos sonhos e delírios mensageiras
Promessas de divinas alvoradas,
Anseios e desejos noites raras,
Momentos inconstantes, mas felizes
Palavras que me dizes mais suaves
Depois ao mesmo tempo tanto agraves
Assim quando os desejos contradizes
Mudando totalmente a nossa história
A noite se tornando merencória
E a lua se escondendo nas neblinas
Amor em tempestade e calmaria
Enquanto me deslumbra e me sacia
Em outro instante vens e me alucinas.
MARCOS LORUES
As noites quando estão enluaradas
Distantes destas brumas costumeiras
Dos sonhos e delírios mensageiras
Promessas de divinas alvoradas,
Anseios e desejos noites raras,
Momentos inconstantes, mas felizes
Palavras que me dizes mais suaves
Depois ao mesmo tempo tanto agraves
Assim quando os desejos contradizes
Mudando totalmente a nossa história
A noite se tornando merencória
E a lua se escondendo nas neblinas
Amor em tempestade e calmaria
Enquanto me deslumbra e me sacia
Em outro instante vens e me alucinas.
MARCOS LORUES
TREVAS
TREVAS
Amigo, tantas vezes quis o sol,
As trevas dominaram o cenário
E sem a claridade em arrebol,
O dia transcorrendo temerário...
Apenas os tropeços corriqueiros,
As velhas cicatrizes; a aguardente
Os risos que julgara verdadeiros,
Minha alma sem remédio, finge, mente
Meu mundo foi errado do começo,
Não pude conhecer outra verdade,
Agora, recolhendo o que mereço
Não resta nem sequer a liberdade...
Pereço nos esgotos e sarjetas
Sorrisos e alegrias? Vãos cometas...
MARCOS LOURES
Amigo, tantas vezes quis o sol,
As trevas dominaram o cenário
E sem a claridade em arrebol,
O dia transcorrendo temerário...
Apenas os tropeços corriqueiros,
As velhas cicatrizes; a aguardente
Os risos que julgara verdadeiros,
Minha alma sem remédio, finge, mente
Meu mundo foi errado do começo,
Não pude conhecer outra verdade,
Agora, recolhendo o que mereço
Não resta nem sequer a liberdade...
Pereço nos esgotos e sarjetas
Sorrisos e alegrias? Vãos cometas...
MARCOS LOURES
MATAR A POESIA
MATAR A POESIA
Entardece, o Sol beija o véu da Lua que espia, o poeta freme na dor
da delícia, na concepção do verso que sempre sabe, que sempre será.O
interior verte, das garatujas, os olhos se convencem, a beleza da alma
fecunda, dói.
KARINNA
Uma alma tão sensível? Não mais quero.
Prefiro ser um gélido granito...
Esquecer da ilusão, terrível rito,
Mantendo o coração, voraz e fero...
E quando em poesia me tempero,
Rasgando assim meu peito; imenso grito,
Alçando num momento este infinito,
Distante do que vejo; mas venero...
Não quero ter a dor que me inebria,
Nem mesmo ver as cores de uma aurora,
Calando o frio algoz, a poesia
O homem atrás dos óculos, sensato...
Aborto o sentimento que se aflora,
E o verso que me doma; esqueço e mato...
MARCOS LOURES
Entardece, o Sol beija o véu da Lua que espia, o poeta freme na dor
da delícia, na concepção do verso que sempre sabe, que sempre será.O
interior verte, das garatujas, os olhos se convencem, a beleza da alma
fecunda, dói.
KARINNA
Uma alma tão sensível? Não mais quero.
Prefiro ser um gélido granito...
Esquecer da ilusão, terrível rito,
Mantendo o coração, voraz e fero...
E quando em poesia me tempero,
Rasgando assim meu peito; imenso grito,
Alçando num momento este infinito,
Distante do que vejo; mas venero...
Não quero ter a dor que me inebria,
Nem mesmo ver as cores de uma aurora,
Calando o frio algoz, a poesia
O homem atrás dos óculos, sensato...
Aborto o sentimento que se aflora,
E o verso que me doma; esqueço e mato...
MARCOS LOURES
SEDUTORA IMAGEM
SEDUTORA IMAGEM
A sedutora imagem feminina
Que adentrando o meu quarto tanto excita,
Mulher maravilhosa e tão bonita,
Desnuda-se e decerto me fascina...
E sabe; sensual quanto domina,
Minha alma sem defesas, já se agita,
E tresloucadamente esta pepita
Raiando sobre mim, doma e ilumina...
Beijando mansamente os belos seios,
Levando-me ao delírio, línguas dentes,
E os corpos nestas fúrias, mais ardentes
Esquecem seus pudores e receios,
Embarco neste mar feito em prazer,
Vontade de te achar e me perder...
MARCOS LOURES
A sedutora imagem feminina
Que adentrando o meu quarto tanto excita,
Mulher maravilhosa e tão bonita,
Desnuda-se e decerto me fascina...
E sabe; sensual quanto domina,
Minha alma sem defesas, já se agita,
E tresloucadamente esta pepita
Raiando sobre mim, doma e ilumina...
Beijando mansamente os belos seios,
Levando-me ao delírio, línguas dentes,
E os corpos nestas fúrias, mais ardentes
Esquecem seus pudores e receios,
Embarco neste mar feito em prazer,
Vontade de te achar e me perder...
MARCOS LOURES
MEU AMOR!
MEU AMOR!
Meu amor!
Todas as manhãs,
Tenho um grande motivo para abrir os olhos,
E enfrentar mais um dia,
Saber que você me faz existir,
Saber que você caminha, sobre o mesmo chão
que eu e faz desejar e continuar,
A esperança de ter você é razão que eu encontro
para sorrir, mas também para chorar,
Te sinto tão perto,
Por onde quer que eu vá, no ar que me rodeia,
Fico feliz por saber, que o sol que aquece minha
pele, tem e mesma chama dos raios que aquecem
a tua,
A chuva que molha meus cabelos, molha os teus,
Que o amor que eu tenho no coração,
bate mais forte por você,
Te amo...Cada dia mais... Simplesmente eu te amo...
CIDA F.A
Se acaso tu chegares à janela
Verás um farto brilho, feito um sol,
Tomando em claridades o arrebol
O amor que te dedico já revela.
Dos astros deslumbrantes, tal estrela,
Que faz do meu olhar seu girassol,
Trazendo a formosura que, de escol,
Permite a primazia de vivê-la
Sem farsas nem disfarces, peito aberto,
O passo bem mais firme, agora certo,
Encaminhado à glória de saber
Que existes e que estás sempre comigo,
E enquanto nos teus braços eu me abrigo
Concebo a plenitude do prazer...
Meu amor!
Todas as manhãs,
Tenho um grande motivo para abrir os olhos,
E enfrentar mais um dia,
Saber que você me faz existir,
Saber que você caminha, sobre o mesmo chão
que eu e faz desejar e continuar,
A esperança de ter você é razão que eu encontro
para sorrir, mas também para chorar,
Te sinto tão perto,
Por onde quer que eu vá, no ar que me rodeia,
Fico feliz por saber, que o sol que aquece minha
pele, tem e mesma chama dos raios que aquecem
a tua,
A chuva que molha meus cabelos, molha os teus,
Que o amor que eu tenho no coração,
bate mais forte por você,
Te amo...Cada dia mais... Simplesmente eu te amo...
CIDA F.A
Se acaso tu chegares à janela
Verás um farto brilho, feito um sol,
Tomando em claridades o arrebol
O amor que te dedico já revela.
Dos astros deslumbrantes, tal estrela,
Que faz do meu olhar seu girassol,
Trazendo a formosura que, de escol,
Permite a primazia de vivê-la
Sem farsas nem disfarces, peito aberto,
O passo bem mais firme, agora certo,
Encaminhado à glória de saber
Que existes e que estás sempre comigo,
E enquanto nos teus braços eu me abrigo
Concebo a plenitude do prazer...
LABIRINTO
LABIRINTO
Há tempos programei uma saída
Que possa me livrar do labirinto
No qual já transformada a minha vida,
Com cores tão diversas das que eu pinto.
Quisera como fuga, alguma ermida,
Aonde desnudasse o que ora sinto,
Porém preparo a minha despedida,
Num gole de aguardente ou num absinto.
Se às vezes, da batalha eu já me abstenho,
Temendo novamente outro fracasso,
É que ando ultimamente amargo e lasso,
Somente antigas dores, eu retenho.
E vejo que não tendo solução,
Mergulho sem defesas no alçapão...
Há tempos programei uma saída
Que possa me livrar do labirinto
No qual já transformada a minha vida,
Com cores tão diversas das que eu pinto.
Quisera como fuga, alguma ermida,
Aonde desnudasse o que ora sinto,
Porém preparo a minha despedida,
Num gole de aguardente ou num absinto.
Se às vezes, da batalha eu já me abstenho,
Temendo novamente outro fracasso,
É que ando ultimamente amargo e lasso,
Somente antigas dores, eu retenho.
E vejo que não tendo solução,
Mergulho sem defesas no alçapão...
IRMÃOS
IRMÃOS
Falaste do amor com maestria
e eu sinto que é o segredo da vitória!
Consegues perceber toda essa glória
que banha todo o amante da poesia?
É ela que me leva a noite e dia
sorver cada momento dessa história
que em versos escrevemos e a memória
há de ficar marcada em alegria!
É com amor que temos derramado
os nossos corações para os leitores
nesse minimizar de dissabores
com nosso versejar que é de bom grado
a fim de ter também colaborado
com o renovar da vida em lindas cores!
Ronaldo Rhusso
A poesia é nossa mola; mestre
Que faz com que possamos ter nas mãos
Sementes do futuro, fartos grãos;
Tomara que este amor, o povo adestre,
Aragem em que vivo hoje, campestre,
Não deixa que eu conceba serem vãos,
Lutemos companheiro, pois irmãos
Não deixam que o vazio já fenestre
E invada sobre nós desesperança,
Nos versos com carinho esta aliança
Permite que se creia no amanhã.
E temos o poder da poesia
Que é feita de magia e fantasia,
Divino, com certeza, nosso afã...
Falaste do amor com maestria
e eu sinto que é o segredo da vitória!
Consegues perceber toda essa glória
que banha todo o amante da poesia?
É ela que me leva a noite e dia
sorver cada momento dessa história
que em versos escrevemos e a memória
há de ficar marcada em alegria!
É com amor que temos derramado
os nossos corações para os leitores
nesse minimizar de dissabores
com nosso versejar que é de bom grado
a fim de ter também colaborado
com o renovar da vida em lindas cores!
Ronaldo Rhusso
A poesia é nossa mola; mestre
Que faz com que possamos ter nas mãos
Sementes do futuro, fartos grãos;
Tomara que este amor, o povo adestre,
Aragem em que vivo hoje, campestre,
Não deixa que eu conceba serem vãos,
Lutemos companheiro, pois irmãos
Não deixam que o vazio já fenestre
E invada sobre nós desesperança,
Nos versos com carinho esta aliança
Permite que se creia no amanhã.
E temos o poder da poesia
Que é feita de magia e fantasia,
Divino, com certeza, nosso afã...
ILUSÕES DE ÓTICA
ILUSÕES DE ÓTICA
Jamais eu jogarei palavra fora,
Senão aquelas mesmas que eu repito,
Se o amor que nunca tive é infinito,
Melhor ficar calado: vou embora...
Quem sabe depois disso, ela me implora...
A consciência logo dá um pito,
Se ainda fosse, pelo menos mais bonito,
Porém a minha cara já apavora...
Tomando qualquer drinque num boteco,
Quem sabe uma cerveja bem gelada,
Espero que isso tenha repeteco,
Ou mesmo algum chamego, de repente...
Porém passou o tempo, deu em nada,
Ela mandou fazer a nova lente...
MARCOS LOURES
Jamais eu jogarei palavra fora,
Senão aquelas mesmas que eu repito,
Se o amor que nunca tive é infinito,
Melhor ficar calado: vou embora...
Quem sabe depois disso, ela me implora...
A consciência logo dá um pito,
Se ainda fosse, pelo menos mais bonito,
Porém a minha cara já apavora...
Tomando qualquer drinque num boteco,
Quem sabe uma cerveja bem gelada,
Espero que isso tenha repeteco,
Ou mesmo algum chamego, de repente...
Porém passou o tempo, deu em nada,
Ela mandou fazer a nova lente...
MARCOS LOURES
GOSTO DE VOCÊ
GOSTO DE VOCÊ
A vida passando
e eu gostando
mais e mais
de ti ...
(ivi)
Gostando do querer que tanto quis
Querência sem igual, amor sem par
Vibrando tão somente por sonhar
Eterna sensação de ser feliz.
O verso que deveras eu te fiz
Pudesse este caminho desbravar
Tocado pelos raios do luar
O amor já não suporta um aprendiz.
Aprendo a cada dia com o sol
Tomando em claridade este arrebol
Tramando um novo tempo em clara luz.
Viver sem esperar a recompensa,
Fazendo a nossa vida mais intensa
Tornando bem mais leve nossa cruz...
MARCOS LOURES
A vida passando
e eu gostando
mais e mais
de ti ...
(ivi)
Gostando do querer que tanto quis
Querência sem igual, amor sem par
Vibrando tão somente por sonhar
Eterna sensação de ser feliz.
O verso que deveras eu te fiz
Pudesse este caminho desbravar
Tocado pelos raios do luar
O amor já não suporta um aprendiz.
Aprendo a cada dia com o sol
Tomando em claridade este arrebol
Tramando um novo tempo em clara luz.
Viver sem esperar a recompensa,
Fazendo a nossa vida mais intensa
Tornando bem mais leve nossa cruz...
MARCOS LOURES
FANTASIA
FANTASIA
Calcando uma existência em fantasia
Eu caio vez em quando e me levanto,
Não deixo que me enxugues dor e pranto,
Depois vem o sorriso, nova alegria.
O tempo é necessário e a picardia
Só serve pra causar o desencanto,
Por isso é que na dor eu me agiganto,
Não posso suportar tal agonia.
E o vento me levando sem saber
Se um dia há de parar nem mesmo aonde,
O sol que as nuvens já se esconde;
Parece que começa a compreender
E deixa todo o céu assim nublado,
Mortalha de um amor abandonado...
MARCOS LOURES
Calcando uma existência em fantasia
Eu caio vez em quando e me levanto,
Não deixo que me enxugues dor e pranto,
Depois vem o sorriso, nova alegria.
O tempo é necessário e a picardia
Só serve pra causar o desencanto,
Por isso é que na dor eu me agiganto,
Não posso suportar tal agonia.
E o vento me levando sem saber
Se um dia há de parar nem mesmo aonde,
O sol que as nuvens já se esconde;
Parece que começa a compreender
E deixa todo o céu assim nublado,
Mortalha de um amor abandonado...
MARCOS LOURES
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