Search This Blog

Saturday, July 22, 2006

Trovas e contra trovas

Mote – Se é verdade que o mundo gira, voltarei a te encontrar.

Trova



Disseram que o mundo gira,
E me custa acreditar;
Se, acaso, não for mentira,
Voltarei a te encontrar...

Contra trova



Nas curvas da minha vida,
Capotei meu coração,
Hoje, nova despedida,
Amanhã, recordação...

Trovas e contra trovas

Mote – O coração é velho, mas a máquina é nova.

Trova

Cuidado, presta atenção,
Eu posso te dar a prova,
-Se é velho o meu coração,
Minha “máquina” está nova...

Contra trova


Na boca, pus dentadura,
Essa é a melhor hipótese,
Para que fique bem dura,
Na máquina, botei prótese...

Trovas e contra trovas

Mote – é de saudades que choro.

Trova

Sem parar, eu vou tocando,
Pelas vias, onde moro;
Enquanto em ti vou pensando,
É de saudades que choro...

Contra trova

A saudade me atormenta,
Maltrata meu coração,
Saudade, doce pimenta,
Temperando esse estradão.

Trovas e contra trovas

Mote – Sogra não é parente; é castigo.

Trova

-Não se engane, minha gente,
Pois é verdade o que eu digo:
-A sogra não é parente;
A sogra é mesmo um castigo.

Contra trova

Não fale assim desse jeito,
O bom cabrito não berra,
Meu casamento é perfeito!
Sogra? Debaixo da terra...

Trovas e contra trovas

Mote – Mulher feia e morcego, só saem à noitinha...

Trova

Não vou perder meu sossego,
Prefiro ficar “na minha!”:
-A mulher feia e o morcego,
Só “vão à luta” à notinha...

Contra trova

Depois de três, quatro doses,
Não reclamo desse fardo,
Passam por metamorfoses,
Todo gato, fica pardo...

Trovas e contra trovas

Mote – Se disserem que te esqueci, saiba que já morri...

Trova

Se, um dia, alguém te disser,
Que o teu amor esqueci,
Reza por mim, Ó mulher,
Pois, nesse dia, morri.

Contra trova

Dessa morte, te garanto,
Que não corro mais perigo,
Viúva, com tanto pranto,
Carrego uma já comigo...

Trovas e contra trovas

Mote – procuro um Doutor para o mal da saudade.

Trova

Procuro por um Doutor,
A maior autoridade,
Que me cure deste amor,
E me livre da saudade...

Contra trova

Não há nada que assegure,
Nem toda penicilina,
Esse mal, não há quem cure,
Mesmo em toda Medicina...

Trovas e contra trovas

Mote – Pinto que não bica não sai de dentro da casaca.

Trova

Da mulher pobre ou da rica,
Se puder, tiro uma lasca;
-O pintinho que não bica,
Não sai de dentro da casca...

Contra trova.

Eu, na verdade não digo,
Sobre esse assunto me calo,
Eu não vou correr perigo,
Do pinto virar um “galo”...

Obrigado, Gianfrancesco


O Brasil perdeu hoje, 22 de julho de 06, um de seus maiores nomes quando falamos em cultura e em luta contra a terrível ditadura que nos assombrou durante décadas.
Gianfrancesco Sigfrido Benedetto Martinenghi de Guarnieri, nascido em Milão, no em oito de agosto de 1934, veio para o Brasil com a família, sendo filho de Edoardo, diretor do Teatro Municipal de São Paulo, maestro e violoncelista, adotou o Brasil como pátria, sendo um dos grandes batalhadores no teatro, tendo como companheiros gente da estirpe de Oduvaldo Viana Filho, entre outros.

Adotando o país, mergulhado numa situação política vergonhosa, sua luta pela redemocratização e a reinstalação do Estado de Direito, rendeu-lhe respeito e admiração nos meios artísticos e culturais brasileiros.
Suas peças, como ‘Eles não usam black-tie, Arena conto Zumbi, entre outras, se tornaram clássicos e referências para quem quiser conhecer o teatro brasileiro nas décadas de 50 e 60.
Uma delas, Eles não usam black-tie, foi magistralmente levada ao cinema, durante o ano de 1981, época em que vivíamos um momento marcante da luta pela redemocratização do país.
A temática da peça, sobre os movimentos sindicais e a utilização das greves como forma de luta contra a repressão econômica e política, foi expressiva, já que, à época, o movimento sindical atingia seu ponto crucial no país, paralelo à criação do Partido dos Trabalhadores.
Pai de cinco filhos, de dois casamentos, deixa-nos com 71 anos de idade.
Seu último trabalho foi na novela Belíssima de Silvio de Abreu.
Com a perda de Raul Cortez e de Gianfrancesco Guarnieri, a cultura e o teatro nacionais ficam empobrecidos, e a luta pela democratização do país perde um de seus baluartes.
Para os mais jovens, fica a lição de amor de um cidadão pela terra adotiva, terra a quem amou como poucos e dedicou uma vida de luta pela liberdade e pela arte, uma das coisas mais essenciais para transformar um país em pátria, com suas identidades e com o respeito do seu povo por ele mesmo, gerando uma auto-estima que, a cada dia, precisamos aprender a desenvolver, para que a cidadania plena, seja exercida por todos.
A luta de Guarnieri não pode ser esquecida e deve ser conhecida por todos os mais jovens, para quem a nossa história não pode omitir.
Pessoas como o teatrólogo e ator, não podem ser deixadas de ser lembradas, assim como Oduvaldo Viana Filho, entre outros, pois é dessa massa que se faz a solidez e ao futuro de nossa terra.
Obrigado por tudo, Gianfrancesco...

Tucanolândia - capítulo 17 - De fazendas e invasões

Estávamos no ano de 2002. No reino da Tucanolândia, havia uma desigualdade social gigantesca e os conflitos agrários se tornavam repetitivos e cada vez mais agressivos.
Tínhamos tido episódios de massacres e mortes, desde os tempos mais primordiais da História do Reino.
A grilagem de terras por um lado e as invasões de propriedades se tornaram assunto de dia-a-dia, sendo que a Reforma Agrária prometida nunca vinha de forma a contentar nenhuma das partes envolvidas.
A partir dos movimentos de base da Igreja Católica, a Pastoral da Terra, surgiu um movimento coordenado de ação para a tentativa de execução da Reforma Agrária, o MST.
Como era de se esperar, as punições aos grileiros eram extremamente raras, e as terras griladas, na maioria das vezes, passaram a pertencer, oficialmente e extra-oficialmente, aos poderosos invasores.
No mês de março de 2002, o MST invadiu uma propriedade particular do Rei Dom Fernando Henrique Caudaloso.
Pela Constituição, os bens privados não poderiam ser tratados como bem público e, pelo que me consta, a propriedade do cidadão Fernando Henrique Caudaloso não era e nunca seria um Bem público, pois se fosse, com certeza, ele teria privatizado-a ou, pelo menos tentado...
Mas, esquecendo-se da Constituição, Dom Fernando, convocou o Exército para efetuar a desapropriação.
Topete primeiro que, naquela altura do campeonato, era o Governador da Província das Gerais, e já estava de relações cortadas com Dom Fernando, motivada pelo que acusava de ser “apropriação indébita” do seu plano econômico, o Real, não gostou muito disso não.
A utilização de tropas federais para a defesa de propriedade privada era um abuso de autoridade inconteste, o que levou à reação da oposição, a quem Dom Fernando acusava de ser a mentora de tal invasão.
Depois de muito disse me disse, com ameaças, inclusive, da utilização da policia militar pelo Governador Topete primeiro, a situação foi superada.
Mas, para muita gente, ficou a impressão de que, para Dom Fernando Henrique, todo o país era propriedade sua, onde poderia fazer o que bem entendesse.
Fato esse comprovado pela venda “a toque de caixa e a preço de banana”, dos bens públicos, ou seja de Don Fernando...

Friday, July 21, 2006

Candelária, 13 anos

Neste domingo, dia 22 de julho, completam-se treze anos de um dos mais vergonhosos e injustificáveis atos executados pelos órgãos de repressão na História recente deste país.

Em frente a uma das mais belas e representativas Igrejas deste país, a da Candelária, no Rio de Janeiro, duas Kombis, lotadas com policiais militares, executaram, sem justificativa cabal, oito menores que dormiam naquele local.

A execução destas crianças e adolescentes, abandonadas à própria sorte por uma sociedade cruel e dispare, por criminosos pagos com o dinheiro público com a função de proteger o cidadão, demonstra a que ponto o servilismo desta gente e o despreparo para a vida chega.

Servilismo a uma sociedade que não reconhece a sua culpa perante a miséria e a fome, perante a agonia em que vive uma boa parte das pessoas famintas e desvalidas das cidades grandes e suas periferias, perante a sua ineficiência em conter as disparidades sociais.

Despreparo tanto moral quanto profissional pois, tendo a sua origem, na maioria das vezes, em camadas sociais próximas às das vítimas, reage contra os mais indefesos e frágeis, incapazes que são, de entenderem onde estão, o que são e o que representam.

No bojo desta absurda e indefensável atitude, está a visão de grande parte da classe dominante, inclusive e principalmente a classe média, de que a pobreza e a miséria são sinônimo de banditismo.

Ao vermos, diariamente, centenas e centenas de políticos, autoridades policiais, como delegados, inclusive da Polícia Federal, autoridades do judiciário, como juízes, envolvidos em desvio de bilhões de reais, temos a noção de quanto errônea é essa visão.

As vítimas, inclusive meninos de quatro anos de idade, barbaramente atacadas por criminosos de farda, indesculpáveis numa atitude canalha e torpe, são o retrato da terra brasilis.

Onde a vítima é colocada como o algoz e os carrascos ainda posam de heróis.

Tudo isso me enoja ao extremo, e não consigo conceber outra atitude contra esse tipo de ação, a não ser uma exclusão social por tempo extremamente longo, com a aplicação de pena máxima para quem ataca o indefeso e o mais fraco.

A sensação das “cordilheiras” desabando sobre as flores inocentes e rasteiras, muito bem colocada por Paulo César Pinheiro, se aplica totalmente nesses casos.

Alguns hipócritas me dirão: Os meninos eram criminosos.

Isso, na tentativa de justificar o injustificável. Se analisarmos profundamente, criminosos somos, então, todos nós, direta ou indiretamente responsáveis pela produção em série de crianças e adolescentes sem lar, sem família, sem nome, sem escola, sem amor, sem futuro.

E o maior roubo que se pode fazer contra uma criança ou contra um adolescente, é roubar-lhe a esperança.

Assassinar a quem não resta nada, nem a esperança, é um ato de extrema covardia, injustificável e irreparável.

Quando vejo uma criança, de quatro anos de idade, largada ao próprio destino, lutando pela sua própria sobrevivência, me pergunto até onde vale a pena a vida?

Até onde iremos, com nossas atitudes egoístas e hipócritas?

Não estou sendo piegas, embora não possa escapar de certos lugares comuns.

O furto da esperança, o roubo do amanhã, e o assassinato dos sem defesa, pelos agentes remunerados para a defesa da sociedade, me levam a entender os PCCs e os CVs, como uma reação até certo ponto esperada, uma reação a atos que não permitem diferenciar os policiais dos bandidos, bandidos da pior espécie, assassinos de crianças e adolescentes...

A contra reação se torna urgente e inadiável, uma contra reação apostando na Educação, na Saúde, na oportunidade de se devolver a esperança a nossos meninos e meninas, batizados de “menores” pela sórdida imprensa policialesca.

Temos, enquanto país e povo, a obrigação de darmos dignidade a essa gigantesca camada excluída da população brasileira.

Sob o risco de, amanhã ou depois de amanhã, vermos os PCCs da vida, transformarem, não somente o desgovernado São Paulo, mas todo o país em um gigantesco Canudos.

Basta de Antonio Conselheiros na nossa História.

Basta de Vigário Geral, de Candelárias, de PCCs, BASTA!

Erro de estratégia

Lula cometeu um erro inegável ao preterir Itamar Franco quando cerrou fileiras com Newton Cardoso, em Minas Gerais.
Newton Cardoso é um político do nível de um Paulo Salim da vida, sendo um dos piores governadores de Minas, famoso por sua falta de critérios éticos e tendência a se envolver em escândalos, desde os tempos em que era Prefeito de Contagem, a segunda cidade de Minas.
Esse erro se percebe em três frentes: em primeiro lugar, não acrescentou em nada na candidatura de Nilmário Miranda, excelente caráter, ótimo sujeito, mas com insignificante penetração dentro do próprio estado, sendo que o PT mineiro conta com políticos de maior expressão e aceitação, como Patrus Ananias, Paulo Delgado, entre outros...
Em segundo lugar, o afastamento de Itamar Franco da campanha pró Lula, traz um enfraquecimento entre os que admiram e têm em Itamar um homem íntegro e de mãos limpas. A bem da verdade, seu governo foi de uma retidão incomum, culminando com o plano real que, realmente, conseguiu estagnar a inflação.
O principal erro de Itamar foi na escolha de seu sucessor, dando de “presente de grego” para o povo brasileiro, o sociólogo decrépito e falastrão, responsável pelo período de maiores escândalos e desgovernos da história do Brasil, com gigantesca piora econômica do País, como diz Helio Fernandes, “o homem dos oitenta anos de atraso, em oito”.
Em terceiro lugar, a opção por Newton Cardoso, faz com que o, até então, omisso Aécio Neves, passe a ter uma atuação mais contundente na campanha de Alckmin.
Esses erros podem custar muito caro a Lula, podendo reverter uma posição tranqüila em Minas, onde sua vitória se demonstrava clara e evidente.
Há uma possibilidade real do crescimento de Alckmin e, principalmente, de Heloísa Helena, já que Alckmin carrega a “herança maldita” do desgoverno de FHC.
Esses erros se demonstram na última pesquisa que aponta Queda de Nilmário e aumento de Aécio Neves.
Aturar Newton Cardoso é dose para elefante.
Se lembrarmos que, nas últimas eleições para governador de Minas, o Newtão teve menos que cinco por cento dos votos, veremos o quanto foi equivocada esta opção...

Tucanolândia 16 - quem tem amigo, não morre pagão

Capo capixabaTestemunha diz que ex-PM matou sócio do Bingo Arpoador no Rio a mando de José Carlos Gratz
Dono de um império de jogatina e indiciado pela CPI do Narcotráfico, o presidente da Assembléia Legislativa do Espírito Santo, deputado José Carlos Gratz (PFL), está sendo acusado agora de ser o mandante do assassinato do empresário Albérgio Alexandre Araújo, sócio do Bingo Arpoador, em Copacabana, no Rio de Janeiro. As investigações conduzidas pelo delegado de homicídios do Rio, Paulo Passos, apontam como um dos pistoleiros o ex-PM José Renato Maia, integrante do DOI-Codi durante a ditadura e matador a serviço de banqueiros do jogo do bicho. Depois de contar em depoimento à Polícia Federal e ao Ministério Público que Gratz teria mandado matar Albérgio Araújo, a testemunha Geraldo Luiz Ribeiro de Almeida – empregado em Vitória de uma empresa do PM Josias Rodrigues de Oliveira, membro da Scuderie Le Cocq e segurança do deputado – também reconheceu José Renato como participante do Esquadrão da Morte capixaba. A polícia suspeita que a causa do assassinato esteja ligada à exploração das máquinas caça-níqueis por Albérgio no bingo. “O deputado José Carlos Gratz também é proprietário de todas as máquinas caça-níqueis existentes no Espírito Santo, e em cada cidade existe um dono de fachada”, acusou Geraldo de Almeida, que foi incluído pelo Ministério Público no programa federal de proteção à testemunha. “Conforme apuramos, Gratz controla várias casas de bingo como sócio oculto, sempre com contratos de gaveta”, reforça o chefe da Procuradoria da República no Espírito Santo, Ronaldo Albo
Em depoimento gravado e filmado pelos federais, Almeida descreveu como aconteceram 15 assassinatos no Espírito Santo a mando de Gratz e do coronel PM Walter Gomes Ferreira, apontado pela CPI do Narcotráfico como chefe do esquadrão da morte capixaba. Almeida diz também que integram a rede de jogatina de Gratz cinco bingos em São Paulo. No Rio de Janeiro, além da parceria com o banqueiro de bicho Capitão Guimarães, o deputado seria sócio do Bingo Arpoador – formalmente seu nome não aparece na relação dos 21 proprietários da empresa.
Poder paralelo – Mesmo com todas as denúncias, Gratz está aproveitando o enfraquecimento do governador José Ignácio, enrolado com as denúncias de corrupção no Estado, para ampliar sua força no governo. Na primeira semana de julho, ele emplacou Edgard Rocha Filho na presidência da recém-criada Loteria do Estado do Espírito Santo (Loteres). Na sexta-feira 13 de julho, o Diário Oficial do Espírito Santo publicou uma resolução do presidente da Loteres em que libera a instalação de máquinas caça-níqueis no Estado, apesar de elas serem proibidas em todo o território nacional por legislação federal. Na noite da quinta-feira 26, ISTOÉ ouviu o governador José Ignácio, que deixou o PSDB após intervenção do diretório nacional do partido no Estado que o ameaçava de expulsão. “Eu não sabia disso, estou abismado”, reagiu o governador. “Isso é uma loucura, foi feito à nossa revelia”, endossou o secretário da Fazenda, José Luiz Tovar, chefe de Rocha. Na sexta-feira 20, a resolução foi revogada. O episódio serve para mostrar que Gratz comanda um governo paralelo no Espírito Santo em que seus apadrinhados obedecem apenas a ele.
Gratz, no entanto, está enfrentando um cerrado cerco das instituições federais. A Caixa Econômica Federal, por exemplo, só autorizou o funcionamento do Bingo Camburi, em Vitória, depois que o deputado foi excluído da sociedade. O problema de ser dono oculto de um império é na hora de prestar contas à Receita Federal. O Fisco apurou que, nos últimos cinco anos, a evolução patrimonial de Gratz não bate com sua renda declarada. Além de ter sido multado, ele vai responder a processo por crime de improbidade administrativa. Como a situação de José Ignácio está cada vez mais complicada com a descoberta de que o caixa dois de sua campanha alimentava suas contas, o vice-governador, Celso Vasconcellos, poderia encomendar o terno da posse. Mas Vasconcellos – segundo avaliação de políticos capixabas de todas as tendências – não resistiria a investigações. O terceiro na linha sucessória no Espírito Santo é justamente Gratz. Por causa desse complicadíssimo imbróglio, o presidente Fernando Henrique Cardoso encomendou à Advocacia-Geral da União um estudo sobre as possibilidades de intervenção federal no Espírito Santo.

O deputado José Carlos Gratz (PFL), presidente da Assembléia Legislativa do Espírito Santo, foi à tribuna, na quarta-feira 1º, a pretexto de se defender da acusação da testemunha Geraldo Ribeiro de Almeida, que, em depoimento à Polícia Federal, o apontou como mandante do assassinato de um sócio do Bingo Arpoador, no Rio de Janeiro. Dono de um império de jogatina e indiciado pela CPI do Narcotráfico, Gratz distribuiu agressões ao chefe da Procuradoria da República no Espírito Santo, Ronaldo Albo, ao prefeito de Vitória, Luiz Paulo Veloso Lucas, e a ISTOÉ. Inspirado em He-Man, personagem de desenho animado, abusou de baboseiras, como “sou invencível” e “sou mais forte que a fortaleza”. Mas o capo perdeu a força por causa da implosão de seu grupo político: um dia depois, três deputados estaduais se desligaram do PFL. Foi um racha pragmático. Com o aval de Gratz, eles fecharam um acordo com o vice-governador Celso Vasconcelos (PSDB). Aderiram à proposta de impeachment do governador José Ignácio, envolvido em um esquema de propina. Mas Gratz passou uma rasteira na própria turma e se acertou com o governador em troca da colocação de apadrinhados na Secretaria de Educação e nas presidências do Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo e da Loteria do Estado.
Fechada a barganha, Gratz mostrou serviço. Vetou a prorrogação dos trabalhos da CPI da Propina, o que fará com que a comissão encerre as apurações antes de receber o rastreamento dos cheques do caixa dois da campanha de José Ignácio em 1998. E escalou para a Comissão do Impeachment apenas deputados dispostos a salvar o governador. A sessão da Assembléia quase acaba em pancadaria e a aprovação da comissão foi adiada para a segunda-feira 6. Mesmo fazendo o jogo do governador, Gratz tem como plano B a conquista do governo, estendendo o impeachment ao vice-governador. “Aí a Assembléia elegeria o deputado Robson Neves”, diz a deputada Fática Couzi. Gratz e Neves dividem um escritório no Palácio do Café, em Vitória.
O cerco contra José Ignácio está se fechando. Seu cunhado, coordenador de campanha e ex-secretário de governo, Gentil Ruy Ferreira foi preso, a pedido do MP, na segunda-feira 30. Outro ex-caixa de campanha, Raimundo Benedito, está foragido. Com pena, a primeira-dama Maria Helena Ferreira, pivô das denúncias, usou um carro alugado pela Secretaria de Governo para visitar Gentil num quartel da PM.



Havia uma província, em Tucanolândia, governada por um aliado do Rei Dom Fernando Henrique Caudaloso, onde a máxima mais usada era a de que a “única coisa organizada em Santíssima Trindade era o crime”.
As reportagens feitas acima pela revista Isto É, demonstram a que ponto chegou o reinado de Dom Fernando Henrique Caudaloso.
Após estas denúncias comprovadas, e confirmadas, o resultado foi a não intervenção no Estado, o término do mandato pelo governador, e a certeza de que, no reinado de Dom Fernando, quem era amigo não ficava pagão...
O desligamento do Governador foi somente, como diz o povo da Tucanolândia, “prá inglês ver”; já que ele, a primeira dama e o genro, saíram todos impunes, felizes da vida...
Observem que o deputado “amigo” do Governador, era do mesmo partido que sempre apoiou Dom Fernando e que hoje apóia Dom Gerald Aidimim...

Thursday, July 20, 2006

Trovas e contra trovas

Trovas e contra trovas

Mote – Levo a solidão na boléia

Trova

O dia todo, inteirinho,
Pela cidade ou sertão,
Eu nunca “toco” sozinho;
Vai comigo a solidão...

Contra trova

A solidão me acompanha,
Pelo campo ou na cidade.
Quando o coração, arranha,
Faz companhia à saudade...

Trovas e contra trovas

Mote – Estou apaixonado, e não sou correspondido

Trova

O sofrimento é meu fado
Pois o meu caso é perdido:
-Por você, apaixonado,
Eu não sou correspondido!


Contra trova

Amar quem não me quer bem,
Disso já fui vacinado,
Por isso digo: a ninguém,
Coração anda emprestado...

Trovas e contra trovas

Mote – não julgue livro pela capa, nem mulher pelo sorriso...

Trova

De um erro ninguém escapa,
Mas evitá-lo é preciso:
-Julgar livro pela capa,
E a mulher, pelo sorriso...

Contra trova

Essa verdade me faz,
Gostar cada vez mais dela,
Critique, se for capaz,
Só por ser ela banguela...

Trovas e contra trovas

Mote – Quem não vive para servir, não serve para viver

Trova

Eu não posso me omitir:
O mundo está por fazer!
Quem não vive prá servir,
Não serve para viver!

Contra trova

Se for pensar desse jeito,
Não digo que esteja errado,
Que quê eu faço com prefeito,
Senador e deputado...

Trovas e contra trovas

Mote – Vivo sorrindo, embora isto me custe o pranto

Trova

Lá fora, o dia está lindo
Mas, aqui dentro, nem tanto...
Eu passo os dias sorrindo,
Embora me custe o pranto...

Contra trova

A tristeza me domina,
Vou vivendo a disfarçar,
Bela luz que me ilumina,
Meu sorriso é te amar...

Trovas e contra trovas

Mote – Em casa que mulher manda, até o galo canta fino.

Trova

Em casa que mulher manda,
Anda de saia, o menino;
O marido anda de banda,
Mesmo o galo canta fino...

Contra trova

A minha mulher fala grosso,
Disso não reclamo não,
Ela manda que é um colosso,
Dentro do meu coração...

Trovas e contra trovas

Mote – Tambor faz barulho mas é oco por dentro

Trova

Falando com tanto orgulho,
Pareces, do mundo, o centro!
-Tambor também faz barulho
Mas é vazio, por dentro...

Contra trova

Vazio, eu posso ser,
Não reclamo se reclamas,
Mas sem ti, como viver?
Sem saber se tu me amas...

Trovas e contra trovas

Mote – Vacinado contra casamento.

Trova

Contra tudo, vacinado,
Eu já fui e não agüento:
Contra gripe, mau olhado,
E até contra... casamento.


Contra trova

Na verdade, companheiro,
Casamento é bom que sobra,
Não há amor, nem verdadeiro,
Que resiste a uma sogra!

Ditadura congressual

Por onde correu a grana dos sanguessugas
A CPI dos Sanguessugas fez hoje um levantamento em cima do depoimento do empresário Luiz Antônio Trevisan Vedoin à Justiça Federal do Mato Grosso para descobrir como o dinheiro do esquema de compra de ambulâncias superfaturadas chegou aos parlamentares, informa Leandro Colon, repórter do blog.

Segundo Vedoin, dos 105 parlamentares envolvidos, 40 receberam em dinheiro vivo, 10 na conta corrente particular, cinco em contas de parentes (três são de esposas), 34 em contas de assessores e cinco em automóveis (uma BMW, por exemplo), além de flats e outros benefícios.

Vedoin, um dos donos da empresa Planan - que comandou esquema - não disse em seu depoimento como os outros 11 receberam o dinheiro.

As informações foram divulgadas pelo vice-presidente da CPI, deputado Raul Jungmann (PPS-PE).

- Isso aponta para a negligência, o escárnio e o desrespeito - disse o deputado.

Desses 105, 57 já estão sendo investigados pela Procuradoria-Geral da República (
clique aqui para ver a lista).

O desafio da CPI é encontrar provas contra os 40 que ganharam em dinheiro vivo. A estratégia é tentar descobrir outras formas de recebimento desta grana.



Cento e cinco envolvidos!
Isso já ultrapassa todos os limites possíveis e imaginários.
A vergonha se apossa de todo o Congresso Nacional; demonstrando a que ponto chegou a escandalosa atuação dos nossos legisladores.
Legisladores sem nenhum princípio básico de ética e moral.
As negociatas, diariamente feitas, com o dinheiro público são a herança que recebemos dos desgovernos anteriores e que, infelizmente, estamos deixando para nossos filhos.
A minha geração recebeu um país onde a liberdade de expressão era proibida, onde o fato de pensar, simplesmente pensar era motivo para que se fosse investigado e fichado pelos órgãos de repressão oficiais de um modelo de governo vergonhoso, tempos negros de nuvens negras e sanguinárias.
Tínhamos a esperança, o verde da esperança a colorir o céu negro e vermelho, do sangue de tantos que morreram ou foram exilados, expulsos da pátria, pelo simples motivo de pensarem diferente do que era a ordem estabelecida por um grupo de torturadores, tanto físico quanto mentalmente falando.
No movimento das diretas-já, para a aprovação da lei do recém falecido Dante de Oliveira, milhões e milhões de brasileiros, de todas as matizes sociais e políticas, se uniram para que tivéssemos um novo país.
O NOSSO país.
A união entre todas as vertentes políticas nos palanques da luta pela liberdade de expressão e de dignificação do nosso povo, nos trazia a esperança de um Brasil mais digno, mais íntegro, uma verdadeira pátria, nossa, com o futuro na frente e as injustiças guardadas em algum lugar, num passado distante e abandonado.
Tínhamos, nós todos, a bandeira das flores vencendo os canhões, na igualdade entre campo e cidade, com os estudantes, que éramos nós, erguendo a bandeira da JUSTIÇA e da Esperança!
Ao ver essa realidade que vivemos, é com imensa tristeza que reparo que a herança que estamos deixando para nossos filhos é tão ruim quanto a que recebemos.
A esses crápulas que povoam os locais por onde a transformação para um mundo melhor é possível e plausível, somente uma coisa pode ser dita: VERGONHA!
O que esses pilantras estão fazendo é muito mais grave do que a simples corrupção, pois o que eles estão roubando, muito mais do que os milhões e milhões de reais, estão roubando a esperança!
E isso, não tem preço, não tem como avaliarmos o quanto que isso irá custar ao nosso povo, aos nossos filhos, às novas gerações.
Quase todos estão envolvidos em algum tipo de corrupção ou de safadeza, tanto diretamente, quanto indiretamente, por ação e por omissão.
A simples mudança de partido político, paralela ao discurso de “ética” e “fidelidade partidária” já é um ato de pilantragem. Quando se é eleito por um partido, com votos de legenda ou proporcionais, o mandato, por pressuposto, pertence ao Partido e não ao homem; devendo quem muda de partido, PERDER O MANDATO.
Enquanto isso não for feito, a ética na política será uma simples figura de linguagem. Portanto, não me venham falar de “ética” quem mudou de partido e não renunciou ao mandato – são traidores de seus eleitores e de quem financiou as suas campanhas!
Os que se vendem por qualquer tipo de corrupção sob qualquer motivação são traidores e pilantras, criminosos comuns que deveriam ter seus mandatos cassados e irem diretamente para as prisões, sem privilégios, já que, ao desviarem e roubarem dinheiro público, estão roubando da criança faminta, do adolescente sem escola, do adulto sem emprego, dos miseráveis e dos desvalidos, enfim.
Esses criminosos deveriam ter punição exemplar e não somente quando serram gente viva, mesmo assim, somente depois de terem sido “cassados” pelos seus pares, na maioria das vezes, reflexos do mesmo espelho.
Os que, por omissão, agem condescendentemente, não poderiam ter outro destino senão a punição por seus crimes, já que, exemplarmente, Pilatos foi tão maléfico quanto Caifás.
Quanto aos outros criminosos, inclusive os que cometeram caixa dois, deveriam ser expulsos e presos, assim como os que fazem caixa-dois nas empresas, com finalidade de subverterem o fisco, lesando os mesmos famintos a quem me referi.
Quando vi um Senador da “estatura moral” de um Pedro Simon admitir o caixa-dois, sinto que tudo está perdido.
E ninguém nem cogitou a sua cassação, nem a imprensa nem o Congresso.
Virou lugar comum a safadeza e a pilantragem, em todos os partidos e em todas as consciências “éticas”.
O começo disso tudo se deu quando o fantoche Fernando Collor teve que compor a maioria no Congresso, no que foi imitado por todos os que o sucederam...
A herança que minha geração está deixando para os que virão é podre.
Podre e canalha. Herança maldita!
As ideologias todas, digo e repito, todas, foram arquivadas e abandonadas. Ser ou não ser marxista no mundo de hoje é uma piada, ser ou não ser liberal, outra. Restaram os mais ou menos humanistas e os mais ou menos nacionalistas, os mais ou menos, os muito mais menos que mais...
Sou socialista, mas o que quer dizer isso hoje?
Nem mais sei e nem sei se será possível um dia, sabermos o que seja, o socialismo, principalmente no nosso país, prostituído tanto quanto a Itália, os Estados Unidos, ou qualquer país onde as vergonhas se reproduzem a cada dia...
A corrupção generalizada não é privilegio do Brasil nem da América do Sul, e isso é uma verdade irrefutável.
Mas no nosso país, se tornou tão corriqueira que nada mais importa, a não ser sabermos aonde isso vai parar.
O que será feito dos nosso filhos, a quem, mais uma vez, teremos que pedir perdão, assim como nossos pais fizeram conosco.
Há quase quarenta anos, se falava em paz e amor, e em “é proibido proibir”, se matou, se destruía um sonho de mudança com o AI-5, e hoje percebemos que foi em vão que morreram tantos, e que tantos se expuseram a uma luta desigual.
O que temos que exigir é o poder para o povo, do povo e pelo povo.
Com liberdade, fraternidade e igualdade, de fato e de direito.
Arroz, feijão, saúde e educação, mas muito mais do que isso, DIGNIDADE!
A única certeza que tenho, e a única que alimenta a minha esperança é a de que a LIBERDADE ainda é o único caminho, capaz de reverter essa asquerosa realidade.
Mesmo que seja uma “liberdade Severina”, é muito melhor e mais forte e ampla do que qualquer ditadura, militar ou congressual.

Tucanolândia - capítulo 15 - No escurinho é muito melhor...


Vivíamos o ano de 2001. Tucanolândia vivia, com seu rei, Fernando Henrique Caudaloso, famoso sociólogo e intelectual, o seu iluminismo cultural. Nunca, na história do reinado, houvera um homem mais culto, conhecedor profundo de vários idiomas, doutor honoris causa em diversas Universidades do mundo inteiro, até de Piriri do Norte, como falamos anteriormente.
Pois bem, o rei Fernando Henrique Caudaloso primeiro, por uma questão política, coisas de aliança, nomeou para o Ministério das Minas e Energia, um famoso senador, Joseph George, conhecido no mundo científico como um dos maiores conhecedores sobre energia e afins, no reinado da Tucanolândia.
Vários especialistas diziam que haveria necessidade de investimentos no setor de produção de energia. Mas, isso era coisa da oposição, como dizia o sábio Joseph George.
Além disso, o Fundo Monetário Internacional, co-mandatário do reino, tinha ordenado que se economizasse dinheiro, tornando esses investimentos proibitivos e proibidos.
Como bom cabrito não berra e, na hora que precisava de grana, o Rei Fernando corria para o Fundo e pegava mais e mais dinheiro para garantir a “governabilidade” do reinado, Dom Fernando não liberou a grana.
Também para que precisaria se o Ministro afirmava que não seria necessário?
Entretanto, não sei porque cargas d’água ou, mais precisamente, por falta d’água, a canoa virou, ou mais precisamente, afundou no barro, já que a fonte secou...
Então, como era de se esperar, começaram a haver episódios de blecaute, o que levou o reinado a uma situação desesperadora.
Afinal de contas, blecaute que o povo queria, infelizmente já tinha morrido, e fazia sucesso somente nos tempos de carnaval.
Mas, Dom Fernando não se fez de rogado não.
A culpa, obviamente foi transferida para São Pedro, senhor das águas e do tempo.
O pato, mais uma vez foi pago pelos súditos, que tiveram que economizar energia, num ato patriótico emocionante e digno.
Já as empresas que tinham comprado o sucateado sistema de distribuição de energia não podiam ficar no prejuízo.
Solução – aumentar as tarifas energéticas.
Quem paga – os súditos...
Obviamente, os leilões de venda das distribuidoras de energia foram colocados sob suspeita, já que o preço pago pelas compradoras era bem menor do que o de mercado.
Total da brincadeira de acende-apaga: 22 bilhões e meio de reais; pagos pelos súditos e transferidos para as empresas da área.
Somente para completar temos que observar o seguinte:
Joseph George ressurge hoje, como candidato a vice rei da chapa de Gerald Aidimin, para alegria de quem quiser comprar estatais a preço de banana, ainda temos algumas como a Petrobrás, a Eletrobrás, Furnas, entre outras...

Wednesday, July 19, 2006

Trovas e contra trovas

Quarta-feira, Julho 19, 2006

Trovas e contra trovas

TROVAS E CONTRATROVAS

"Não sou defunto, mas adoro uma coroa..."

-Panela velha - eu pergunto,
faz ou não comida boa?
-Ainda não sou defunto,
mas adoro uma "coroa"...


Nessa panela gostosa,
Vou meter minha colher.
Pode vir moça fogosa,
Venha de onde vier...

TROVAS E CONTRATROVAS

"Mulher e lona de freio, só servem bem "ajustadas"...

Não tem "coluna do meio",
na "Loteca" das estradas:
-Mulher e lona de freio,
só servem bem "ajustadas"...


Nas curvas da minha estrada,
Capotei meu coração.
Lona de freio folgada,
Resultado: Foi paixão...

TROVAS E CONTRATROVAS

"O amor é como fumaça, sufoca mas passa..."

Eu descobri, muito cedo,
que amor é como fumaça:
Sufoca e nos causa medo,
irrita um pouco, mas passa...


No meu peito o grande amor,
O resto da vida embaça
Mesmo que sofredor,
Vicia que nem cachaça...

TROVAS E CONTRATROVAS

"A morte é velha mas é sempre novidade..."


Esta verdade se espelha
numa tremenda verdade:
"A morte pode ser velha
mas é sempre novidade..."

Essa novidade, amigo,
Todos irão conhecer.
Mas com outro, não comigo.
Nem tão cedo quero ver...

TROVAS E CONTRATROVAS

"Por que me beijas no rosto, se a boca fica tão perto?"

Tu me dás grande desgosto
e disso estou muito certo:
-Por que me beijas no rosto,
se a boca fica tão perto?...


Minha amada bem que quero,
Beijar-te assim, por inteiro.
Mas tenho que ser sincero,
O que atrapalha é o mau cheiro...

TROVAS E CONTRATROVAS

"O amor nasce de um quase nada e morre de quase tudo..."

Mas que coisa complicada
é o tal do amor, não me iludo;
-Nasce do quase nada
e morre do quase tudo!


Mas minha amada; te digo,
Que jamais irá morrer.
Esse amor no qual prossigo,
Cada dia por viver.

TROVAS E CONTRATROVAS

"Teu beijo é doce como o de um beija flor"...

Esse teu beijo é tão doce
que me inspira um grande amor;
É leve como se fosse,
o beijo de um beija-flor!



Mas esse amor que me tinhas
Era bem pouco e acabou
Foi voando nas asinhas
Desse triste beija flor...

TROVAS E CONTRATROVAS

"Se vida de solteiro é vazia, a de casado enche..."

-Vida, vida! quem diria?
a vida é mesmo um buraco:
Se a de solteiro é vazia,
a de casado, enche o saco!


Dessa vida de casado,
Eu num posso reclamar.
O que eu acho que é errado;
É uma vez só se casar...

TROVAS E CONTRATROVAS

"Beijo de sogra é veneno de cobra..."

O beijo mais perigoso
é mesmo o beijo da sogra:
É muito mais venenoso
do que o veneno de cobra!



Da sogra e da jararaca,
Há diferenças, pois veja:
Esses dois bichos “ataca”;
A cobra, ao menos, rasteja...

TROVAS E CONTRATROVAS

"Se barba fosse sinal de respeito, bode não era chifrudo..."

Eu digo, sem preconceito,
pois eu também não me iludo;
-Se barba desse respeito,
bode não era chifrudo...


Nem tampouco camarão
Que é bem barbudo de fato
Termina num empadão
Ou croquete no meu prato.

TROVAS E CONTRATROVAS

"Mulher é como chita, uns acham feia e outras bonita"

-A mulher, amigo, creia,
parece mesmo co'a chita:
Se uns dizem que é muito feia,
outros dizem que é bonita...

Nesse caso o que se anseia
Poder ser mais racional
Mas desculpe mulher feia;
Beleza é fundamental.

Trovas e contra trovas

Mote – Erros da Medicina, a terra cobre

Trova

O doutor nem examina,
Se o doente é muito pobre;
Os erros da Medicina,
Bem depressa, a terra cobre!


Contra trova

Na verdade, isso hoje é mito,
Esse tempo já passou,
Pois logo dará conflito
Se ele não ressucitou.

Trovas e contra trovas

Mote – Não sou sereno mas gosto da madrugada...

Trova

Como o meu dia é pequeno,
Passo as noites pela estrada,
Eu sei que não sou sereno,
Mas gosto da madrugada!

Contra trova

Madrugada traz teu nome,
Moça bonita é raposa,
Maltratando um pobre homem,
Minha linda mariposa...

Trovas e contra trovas

Mote – Gaúcho não bebe mel, ele chupa a abelha...

Trova

Gaúcho, no seu papel,
Sempre ao Macho se assemelha;
Pois ele não bebe mel;
O gaúcho chupa a abelha!

Contra trova

De tanto cantar marra,
Parecendo que tem culpa,
Gaúcho pega e agarra,
O mel, depois ele chupa...

Trovas e contra trovas

Mote – Se rico mata o pobre, quem vai pra cadeia é o defunto.

Trova

Tanto poder tem o “cobre”
Que não desvio do assunto
Se o rico mata o pobre,
Vai pra cadeia, o defunto.

Contra trova

Verdade maior não há
Pois além de ser condenado,
O pobre ‘inda vai pagar,
As custas d’advogado!

Trovas e contra trovas

Mote – Mulher feia e cheque sem fundo, se me derem, eu protesto!

Trova

Mulher feia, Raimundo,
Se eu ganhar, eu não empresto;
Mas, feia e cheque sem fundo,
Se me derem, eu protesto!

Contra trova

Proteste, pois à vontade,
Dessa vida, leva nada.
Os tais fundos, na verdade,
Nem dela, falsificada...

Trovas e contra trovas

Mote – Mulher feia e cheque sem fundo, se me derem, eu protesto!

Trova

Mulher feia, Raimundo,
Se eu ganhar, eu não empresto;
Mas, feia e cheque sem fundo,
Se me derem, eu protesto!

Contra trova

Proteste, pois à vontade,
Dessa vida, leva nada.
Os tais fundos, na verdade,
Nem dela, falsificada...

Trovas e contra trovas

Mote – Mulher e lona de freio, só servem bem ajustadas.

Trova
Não tem “coluna do meio”,
Na “loteca” das estradas;
Mulher e lona de freio,
Só servem bem “ajustadas”.

Contra trova
Essa verdade comporta,
De todo meu coração,
Pois senão ele capota,
Em casa e no caminhão...

Trovas e contra trovas

Mote – Mulher e lona de freio, só servem bem ajustadas.

Trova
Não tem “coluna do meio”,
Na “loteca” das estradas;
Mulher e lona de freio,
Só servem bem “ajustadas”.

Contra trova
Essa verdade comporta,
De todo meu coração,
Pois senão ele capota,
Em casa e no caminhão...

Trovas e contra trovas

Mote – Mulher e lona de freio, só servem bem ajustadas.

Trova
Não tem “coluna do meio”,
Na “loteca” das estradas;
Mulher e lona de freio,
Só servem bem “ajustadas”.

Contra trova
Essa verdade comporta,
De todo meu coração,
Pois senão ele capota,
Em casa e no caminhão...

Trovas e contra trovas

Mote – Não sou defunto, mas adoro uma coroa...

Trova


Panela velha – eu pergunto,
Faz ou não comida boa?
Ainda não sou defunto
Mas adoro uma “coroa”...

Contra trova


Coroa em cima da testa,
Faz d’um homem virar rei
Toda coroa me empresta
Sensação que já passei...

Trovas e contra trovas

Mote – Não sou defunto, mas adoro uma coroa...

Trova


Panela velha – eu pergunto,
Faz ou não comida boa?
Ainda não sou defunto
Mas adoro uma “coroa”...

Contra trova


Coroa em cima da testa,
Faz d’um homem virar rei
Toda coroa me empresta
Sensação que já passei...

Trovas e contra trovas

Mote – “o amor é como fumaça, sufoca, mas passa...”

Trova
Eu descobri, muito cedo,
Que amor é como fumaça:
Sufoca e nos causa medo,
Irrita um pouco, mas passa...

Contra trova
Amor vive machucando,
Maltratando o coração,
Fumaça vai levantando,
Que baita poluição...

Trovas e contra trovas

Mote – “ A morte é velha, mas é sempre novidade...”

Trova

Esta verdade se espelha
Numa tremenda verdade:
“ A morte pode ser velha
Mas é sempre novidade...”

Contra trova

Novidade pra quem vai,
Pra quem fica, corriqueiro.
Quem entra nessa não sai,
Pergunte para o coveiro...

Sobre a possibilidade de um furacão em outubro, contra todas as previsões do tempo...

Heloísa sobe e chega a 10%; cresce a chance de 2º turno A nova onda de ataques da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) em São Paulo, iniciada no dia 11, não produziu efeitos imediatos nas campanhas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do ex-governador do Estado Geraldo Alckmin (PSDB) à Presidência da República. Pesquisa Datafolha divulgada ontem revelou um quadro estável na disputa, mantendo Lula na liderança, com 44% das intenções de voto, seguido pelo candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, com 28%. A novidade detectada pelo levantamento, feito anteontem e ontem, é o crescimento da candidata do PSOL a presidente, senadora Heloísa Helena, em todas as regiões do país. A ex-petista subiu de 6% para 10%. Lula alcança 52% dos votos válidos e não é mais possível afirmar que hoje ele venceria a eleição no primeiro turno. Devido à margem de erro da pesquisa, de dois pontos percentuais para mais ou para menos, aumentou a chance de haver segundo turno. Na pesquisa anterior, a diferença entre os votos válidos de Lula e os dos demais candidatos somados era de oito pontos percentuais a favor do presidente. A nova pesquisa mostra uma queda da diferença para quatro pontos percentuais. Lula e Alckmin tiveram oscilação negativa. O petista, que tinha 46% na pesquisa de 28 e 29 de junho, agora tem 44%. Alckmin oscilou de 29% para 28%. O potencial de crescimento de Heloísa Helena já era considerado antes dessa pesquisa por segmentos do PT e PSDB como o fator que poderá levar a disputa ao segundo turno. A projeção para um eventual segundo turno ficou estável: Lula oscilou um ponto para baixo e tem 50%, contra 40% de Alckmin --mesmo índice do tucano no último levantamento. Segundo Mauro Paulino, diretor-geral do Datafolha, é possível inferir que o crescimento de Heloísa Helena se deve, principalmente, à exposição da senadora nos meios de comunicação nas últimas semanas. "Desde o início do ano, Heloísa Helena estava com um patamar estável nas pesquisas, entre 6% e 7%", observa Paulino. A receptividade do eleitor à candidatura de Heloísa Helena foi expressiva sobretudo na região Sul, onde ela teve mais que o dobro das intenções de voto em relação à pesquisa anterior (de 6% para 13%). Em junho, Alckmin havia ultrapassado Lula no Sul (37% a 30%). Agora, os dois empatam em 31%. A candidatura da senadora também cresceu de 7% para 11% no Norte e Centro-Oeste. No Nordeste, o presidente Lula mantém consolidado seu eleitorado mais fiel, com pequena oscilação negativa (de 64% para 63%). Já Alckmin caiu quatro pontos (de 17% para 13%), enquanto Heloísa Helena oscilou positivamente (de 5% para 7%). A ascensão da senadora no Sudeste foi de quatro pontos percentuais, de 7% para 11%. O cenário na região permanece estável para Lula e Alckmin. O Datafolha também pediu aos eleitores que avaliassem o governo Lula. O resultado foi similar ao do último levantamento, quando 39% dos eleitores consideravam o governo bom ou ótimo --agora são 38%. Também oscilaram dentro da margem de erro as avaliações da gestão Lula como regular (40%) e ruim ou péssima (21%). Foram entrevistados 6.264 eleitores em 272 municípios. A pesquisa está registrada no Tribunal Superior Eleitoral com o número 11149/2006.
Esses números da nova pesquisa mostram um indicativo diverso do que as outras pesquisas demonstravam. O crescimento de Heloisa Helena, denota que a possibilidade de um segundo turno passa a ser, cada vez mais evidente. E, não se espantem, com uma possível disputa entre Lula e Heloísa Helena. Senão vejamos: a campanha política está em seu início, e o crescimento de Heloísa Helena, ao contrário do que ocorreu com Alckmin, cuja melhora se deveu à saída de Enéas e Freire, foi real e,percentualmente, muito grande. A tendência de crescimento de Alckmin esbarra em suas origens tucanas, agravadas pela presença do seu candidato a vice, ambos visceralmente ligados ao desastrado Governo Fernando Henrique Cardoso. José Jorge será, indiscutivelmente, associado ao apagão ocorrido na sua gestão enquanto Ministro da pasta responsável pela energia, ou irresponsável, se assim desejar. Geraldo, o Alckmin, pode até ter mudado de nome, pode até mudar a sua conduta, mas nada o afastará do seu partido e nem do Governo FHC, é só nos lembrarmos de que os escândalos do Governo passado serão colocados na campanha e a lembrança de uma época em que o país estava mergulhado no caos econômico ainda é muito recente, principalmente para as maiores vítimas das lambanças tucanas. Além disso, ao se constatar que em todos os escândalos do país, inclusive nos que afetam a imagem do PT, há caciques tucanos e pefelistas envolvidos, isso para não dizer do das sanguessugas e da lista de Furnas, sob averiguação, teremos uma possibilidade gigantesca de estagnação e até de queda livre da candidatura Alckmin, associada ao crescimento da candidatura do PSOL. Os maiores problemas a serem resolvidos pela campanha de Alckmin estão ligados a um fogo cruzado com o PT, com perda de credibilidade de ambos os lados. Alckmin não resiste a uma análise um pouco mais que superficial na tentativa de se diferenciar do governo Lula, no que tange a escândalos e suspeitas. Entretanto, o Governo atual tem uma perfomance econômica e social mais evidente e com melhor avaliação do que o governo passado, isso é inegável. Com esse fogo cruzado, cresce a candidatura de Heloísa Helena, com a tranqüilidade de quem esteve à margem de ambas as situações relacionadas a uma avaliação ética sobre política. Se Alckmin, entretanto, tentar evitar esse tipo de confronto, Lula fica sereno e tranqüilo, caminhando para uma reeleição sem maiores atropelos. A posição da candidatura tucana é aquela de “se correr o bicho pega, se ficar o bicho come”, sendo que o que alcança pode ultrapassar e deixá-lo fora de um segundo turno, e o que come, impede que haja um segundo turno. Lula tem, a seu favor, indicadores econômicos e sociais muito melhores do que o Governo passado. Seu ponto fraco é o mesmo do governo de FHC, a ética. Heloísa Helena, ao contrário, nada tem a perder, podendo vir de franco atiradora. A bem da verdade, o que temos hoje é sintomático. A possibilidade de um segundo turno entre Lula e Heloísa Helena, ainda não avaliada pelos institutos de pesquisa, se torna, a cada dia, mais evidente. Se, na próxima pesquisa, mantiver um crescimento de quatro a cinco por cento, ou seja, chegar a dois meses da eleição com catorze a quinze por cento, acredito que essa hipótese será a mais provável. O que parecia impossível, pode acontecer. O sepultamento das elites uspianas e do coronelato nordestino... O fator Heloísa pode se transformar no Katrina até outubro. Isso não espantaria muito pois, se vocês se lembram, até a última pesquisa, na eleição vencida por Collor, Brizola era o franco favorito; mas Lula surpreendentemente ultrapassou-o. Na última eleição mesmo, tivemos um favoritismo relativo de Ciro Gomes sobre Serra revertido em plena campanha. Agora, se isso ocorrer, quero ver quem terá o apoio dos tucanos e dos pefelistas, quem souber me responda...

Tucanolândia - capítulo 14 - depois de aberta a porteira, desmancha-se a fazenda.



Havia, em Tucanolândia, duas regiões distintas onde era enorme a necessidade de se estimular o desenvolvimento econômico regional, pois a disparidade entre essas regiões e o restante do reino era gigantesca.
Uma delas, a Região Norte, era marcada por uma dificuldade natural muito grande, pois a floresta equatorial, sendo a maior do mundo, era um obstáculo tanto ao desenvolvimento quanto ao próprio povoamento racional da região.
Marcada pelo desmatamento descontrolado e pela grilagem das terras, desde o governo ditatorial, quando os militares eram senhores absolutos do poder em Tucanolândia, havia sido criada uma entidade para estimular o crescimento e o desenvolvimento da região, a SUDAM.
Paralelamente a isso, tivemos a criação da SUDENE, outra entidade cujo objetivo era o de estimular o desenvolvimento da região nordeste do reino. Essa região era muito seca, com períodos de estiagem prolongados, marcada pela miséria e subdesenvolvimento.
Pois bem, ambas as entidades tinham objetivos nobres e funcionavam custeando empréstimos e investimentos em projetos para a criação de divisas e de empregos, dando a estabilidade necessária para o desenvolvimento regional.
A SUDAM emprestava dinheiro a juros abaixo do mercado para quem quisesse investir na região equatorial, e a SUDENE, subsidiava recursos para que estes investimentos fossem feitos na região Nordeste do reino.
Para se ter uma idéia da disparidade entre o resto do reino e essas regiões, a mortalidade infantil da região Nordeste e a expectativa de vida eram compatíveis com as dos países mais pobres da África e da Ásia.
Coisa triste de se ver e absurda num reino tão grande e, potencialmente, rico quanto o da Tucanolândia.
Mas, havia no reinado um tipo de sanguessuga que enojava até os piores vampiros da história, especializado em sugar sangue de anêmico e faminto.
Ao perceber que havia esse subsidio, essas sanguessugas tenebrosas começaram, sistematicamente, a pegar dinheiro emprestado para fazerem obras fantasmas ou que eram de porte muito inferior ao declarado.
Com a falsificação de documentos, inclusive a emissão de notas fiscais frias, obtiveram fortunas em empréstimos vergonhosos.
A quantia de dinheiro obtida através da SUDAM chegou a dois bilhões de reais, e através da SUDENE ultrapassou um bilhão e quatrocentos milhões de reais.
Isso devidamente denunciado, provocou uma reação inteligente e enérgica do Rei Fernando Henrique Caudaloso.
Ao invés de, como era de se esperar, tentar resgatar a quantia de dinheiro, pelo menos em parte, subtraída e punir os responsáveis, o Rei FECHOU AS SUPERINTENDÊNCIAS.
A atitude sensata do rei de, mesmo se tendo a percepção da utilidade e da necessidade de se criarem mecanismos para a proteção e estímulo ao desenvolvimento dessas regiões, fechar e acabar com as entidades, nos faz crer o quanto era inteligente e sagaz nosso rei.
A partir daquele dia; a porteira aberta, o gado fugindo, nosso querido mandatário mandou destruir a fazenda.
Quem comeu, comeu, quem mamou, mamou...
E o anêmico e faminto povo das regiões famélicas de Tucanolândia ficou a ver navios, ou o gaiola se preferir...

Tuesday, July 18, 2006

Um improvável bolero

Recomeçaria tudo, te juro. Desde o começo fui feliz, nada impediu que a minha vida, ao teu lado, fosse o maior exemplo de felicidade que conheci.
Éramos crianças, mas já sabíamos que não poderíamos fugir deste elo que nos unia: dois corações irremediavelmente atados num só pensamento.
Nossas dores e tristezas, compartilhadas desde o sempre, verdadeiras almas gêmeas, verdadeiras...
Nada foi em vão, nada. Amor profundamente enraizado pelas noites insones, pelas esperanças comuns, pelo adivinhar o que o outro queria.
Na contradança da vida, fomos um só, atados qual fossemos gêmeos, mais que isso, siameses.,.
Não me arrependo de nada que fizemos, nada.
A chama do amor ainda queima, arde no meu peito, incendiando tudo, entranhas e pensamentos.
Minha amada, profundamente amada, te quero, venero e espero a cada momento quando não estás, quando não me ouves.
Bem sei que sentes o mesmo, passo a passo, compassos unidos na mesma dança.
Mesmo que, no improvável bolero feliz, não sejamos nada além da exceção maravilhosa que traz a vida...
Mesmo que, neste salão dos meus sonhos, dancemos a noite inteira, rodando como o tempo que não pára.
Minha amada, madrugadas a fio, lembrando de cada momento do dia.
Lutando para não dormir, pois não há coisa mais bela do que viver contigo, do que estar ao teu lado, numa realidade fantasticamente feliz...
Te amar é conjugar felicidade.
É somar e nunca dividir
É estar sem querer sair,
É viver sem querer a morte,
Sem temer a sorte,
Sem temer a dor.
Começaria tudo de novo...

Depois da curva da estrada

Nunca mais quero saber dessa cidade, nunca mais, nem que tudo mais se acabe, que o mundo se desespere, nada mais me trará de novo essa cidade.
Ficando atrás da curva da estrada, perdida entre montanhas que nem mais serão minhas, nunca seriam minhas, minas de água límpida, turvadas pelas minhas tristezas, perdidas pelo tempo, entre tantos entretantos e poréns...
Nasci na esquina da rua do Sol, com a rua da Lua, filho de um anoitecer ou de um sonho frustrado de uma menina apaixonada pelo príncipe que nunca houve, somente o ronco forte do motor indo embora, voltando para o reino de onde veio, velho e acabado reino, em busca de outras princesas.
Pai que não sei, mal sei o nome, talvez nem saiba mais, nem interessaria tanto para ele quanto mais para mim, solitariamente esquecido na pequena cidade entre as montanhas de Minas.
Minas, de Gerais a tão restritas, minas de minério de ferro, água ferruginosa engasgada na garganta, minha garganta na garganta da serra, da serra mineira, escondida depois da curva da estrada...
Fui crescendo, crescida a mágoa, mãe desaguando no rio, suicídio me contam, mas não sei bem, talvez o gosto da água ferruginosa tenha conseguido calar a voz desafinada que me embalou...
Embalado para presente, qual cavalo troiano, fui rolando de casa em casa, por acaso uma aceitou.
A última que procuraram, acho que em meio a um sem número de diachos, no outro lado do riacho, casa de pau a pique, vida a pique, serra a pique.
Pique esconde, escondido do tempo, brincando rápido que senão a vara queima, marmelo, doce de marmelo, vara de marmelo, queimando nas pernas do moleque safado, pilantra, sem vergonha...
Vergonha traz lágrimas, doem os braços, os abraços negados, os ossos quebrados, pernas amarradas, embira e breu. Talas e varas estaladas nas pernas, em conjunto, reativa a circulação.
Na circular dos meus sonhos de moleque, pés de moleque na boca dissolvendo, o solvente trazendo delírios na adolescência, dando a coragem para a enxada, para o peso do arado, árduo e pesado para o moleque franzino. Hinos evangélicos no final de semana, entre tantos cultos, inculto cresci.
Cresci não, espichei.
Pichado por todos, mãos de piche, negras e ossudas, calejadas, calendário, época de plantar, depois do arado, planta dos pés ferida, feitas de cravos sob as canelas finas, finais, finalizando o esqueleto andante.
Ardente sol, tonteiras e aguardentes, as mágoas ardentes desaguando nos poros, nos olhos, nos dentes esquecidos a cada dia nos cantos da roça.
Dentes de alho para afastar mau-olhado, mas olhar para quê, o quê, quem?
Motos e carros, carros de boi são raros, somente as motos e os motivos: mortes, mortes de tio e tia, as primas e primos, primeiros a terem a primazia, depois dos tios, do açoite.
Açoite e costas magras, costelas expostas na estrada que me chamava.
As marcas das pancadas nunca mais saíram, nem as cicatrizes na pele, pele e osso, colosso de tosse...
Tosse diária, febre de tarde, ardendo tanto, molhando cama e lençol, preguiçoso, vagabundo, vadio, tuberculoso...
Seis meses de tratamento, nove meses para nascer, filho de Maria de Fátima, única louca, meu filho...
Aborto, para sorte de todos, inclusive da criança, principalmente dela...
Fátima era tonta, tão tonta quanto feia, mas a aveia de pobre é capim.
Na veia, depois de tanto, transfusão, confusão, profusão de pragas e palavrões, a sina abre a esperança.
Partir para longe, onde o bonde da sina não me encontre, longe dali, por onde? Qualquer lugar, desde que longe...
Onde vou, sei lá, só sei que a curva da estrada me liberta, melhor o incerto que essa certeza, melhor a morte sem mortalha, que o amargo da serralha, que ficou nessa serra...

sextina

Meu amor foi sepultado
De tanta dor, maltratado.
Quando perdi teu amor
Quando secou essa fonte,
Quando a tristeza chegou,
Tanta tristeza, de monte...

sextina

Partindo do pressuposto,
Que mais belo que teu rosto,
Nunca nada fez meu Deus,
sabendo dessa verdade,
eu bem sei que são só meus,
dissabores da saudade...

sextina

Minha cabocla querida,
Razão dessa minha vida,
Meu canto mais perfeito,
Meu mundo em ti faz sentido,
Pois sem te ter, nada feito,
Melhor eu nem ter vivido...

sextina

Restando meu pensamento,
Por um triste, vão momento,
Nunca podendo escapar,
Quero saber desta mágoa,
Por que tanto chorar,
Se meu canto, em ti, deságua...

sextina

Querendo não esquecer
Nem podendo mais te ter,
A boca que já beijei
Os seios que foram meus
O tanto que já te amei,
Tanto amar, perdoe Deus...

sextina

Nessa gota de orvalho,
Sangra a vida, feito talho,
Cada novo amanhecer,
Traz a saudade doída
De tentar te esquecer,
Renovando a velha vida...

sextina

Montando no meu corcel,
Cavalgando pelo céu,
Vou em busca de Maria,
Procurando meu amor,
Passa noite, passa dia,
Passa o tempo, passa a dor...

sextina

Você partiu, foi embora,
Só restando então, agora
Os meus olhos tão tristonhos,
Você deixou só saudade,
Morando em todos os sonhos,
Matando a felicidade...

sextina

Fiz a casa na montanha,
Onde mais o vento assanha,
Balançando teu cabelo,
Fazendo felicidade
De lã, perfeito novelo,
Da lua, só claridade...

sextina

Amor, bicho serelepe.
E não há quem não se estrepe,
Ao tentar amor conter,
Traquinas, vive fugindo,
Matando, sem perceber,
No final, sempre se rindo...

sextina

Moça da pele morena,
Quero essa boca pequena,
Na minha boca pousada,
Quero teu amor, menina,
Quero essa mão repousada,
No pouso da minha sina...

sextina

Tudo passa devagar
Fingindo que vai passar
Tudo calmo na cidade
Pequena, do meu sertão.
Só não passa essa saudade,
Dentro do meu coração...

Tucanolândia - capítulo 13 - NEGÓCIO DE PAI PARA FILHO...


O Rei Fernando Henrique Caudaloso queria ficar mais quatro anos à frente do Reinado da Tucanolândia, como vimos antes, e um dos principais fatores da sua boa popularidade entre os habitantes do Reino era o Plano Real, arquitetado pelo rei Topete Primeiro, seu antecessor.
O mundo passava por uma crise econômica e o Reinado Tucanolândia não era exceção. Para se manter a paridade entre o real e o dólar, carro chefe da campanha presidencial de Dom Fernando Henrique Caudaloso, seria necessário uma mágica econômica que custaria aos cofres públicos uma fortuna para manter o câmbio, artificialmente, em baixa.
Obviamente, isso custou ao Reinado uma verdadeira fortuna, arrancada das reservas nacionais. Isso, obviamente, não preocupava nosso narcisista Rei, para quem o que importava era manter o poder.
Até aí tudo bem, mas o que espantou a todos foi que, além de praticar essa mágica fantástica, assim que o câmbio foi corrigido, vários bancos e instituições financeiras, parece que o número cabalístico de vinte e quatro, obtiveram informações privilegiadas, o que permitiu que se comprasse dólar a um real e se vendesse pelo dobro do preço, poucos dias depois.
Negócio de pai para filho, sendo que quem pagou o pato foi o povo de Tucanolândia, mas isso pouco importa...
Tivemos também um caso muito interessante, havia dois bancos no reino da Tucanolândia, que tinham importância vital para a população do país:
Um deles, era o Marka e o outro se chamava FonteCindam, eram extremamente populares sendo que, nove em cada dez habitantes do reinado tinham suas economias aplicadas nestes bancos...
Pois bem, o Banco Central do Reino, injetou um bilhão e seiscentos milhões de reais nestas instituições financeiras tão importantes para a economia do povo, emprestando dinheiro a dólares com valores abaixo do mercado, lembrando-se que essa grana foi liberada em um só dia!
A desculpa é que se esses bancos quebrassem, a economia do Reinado ia para o buraco...
Interessante se dizer que, apesar do presentinho, os bancos faliram e o reino, por incrível que pareça, não.
Aliás, os milhões de súditos que nunca tinham ouvido falar nos tais bancos, inclusive esse que vos fala, só souberam do rombo depois.
Falando nisso, o presidente do Banco Central à época foi condenado, em primeira instância, a dez anos de cadeia.
O dono dos Bancos, um italiano chamado Salvatore, e não é da pátria não, se mandou para a Itália e nunca mais vai esquecer sua aventura em terras tropicais, nem ele nem seus descendentes que têm o futuro garantido graças à bondade do Rei Fernando Henrique Caudaloso e seus amáveis e receptivos súditos...
Em tempo, essa oposiçãozinha vagabunda não tem jeito não, pois imaginem que até falar que tinha um esqueminha de venda de informações privilegiadas dentro do Banco Central, havia...
Vê se pode!!

Monday, July 17, 2006

trova

Nasci nas Minas Gerais,
Em plena Zona da Mata,
Vivendo, buscando a paz,
Mas a saudade maltrata...

poemeto

Seca maltrata o sujeito,
Vai matando a criação,
Mas ninguém tem o direito
De explorar o meu sertão!
Nosso povo sertanejo
Tem muito brio e valor,
No fundo, nosso desejo,
Dignidade e amor...

trova

Rimas trago no meu peito,
Versifico com paixão,
Vão nascendo, desse jeito,
Brotando do coração...

trova

Falando por valentia,
Qualquer um fica mais forte,
Quero ver, na poesia,
A cobra dar o seu bote...

trova

Rastro de cobra no chão
Assusta qualquer valente
Amor rasga o coração,
Deixando o cabra doente...

trova

Passatempo, passarinho
Passa tudo devagar,
Passando o tempo, sozinho,
Tempo custando a passar...

trova

Sentimento de verdade,
Pode um cabra conhecer
Quando bate essa saudade.
Dá vontade de morrer

trova

Na ponta do cravinote
Vi muito cabra morrer,
Vi valente dar pinote,
Já vi jagunço correr...

trova

Restando tão pouca vida
Para quem quer esquecer.
Essa verdade mentida:
Nada temo, nem morrer...

trova

Vi teu nome no meu peito,
Consegui ver o teu rosto,
Doendo, mas satisfeito,
Coração batendo, exposto...

trova

És mais bela que sereia,
Serei de ti o sonhar,
A luz de minha candeia,
Não consegue te ofuscar...

trova

Vinda de terra distante,
Mariana foi pro mar
De Netuno foi amante,
Amiga de Iemanjá...

trova

Bebendo da vida, tanto,
Eu quero me embriagar,
Do teu doce, claro encanto,
Novo canto, vou cantar...

trova

Meu tempo, sem contratempo,
Vai passando, devagar,
Navegando vou, ao vento,
Nos meus sonhos, vou voar...

trova

vou vagando pelo mundo
procurando te encontrar,
lá do céu ao mar profundo,
nas estrelas, no luar...

trova

Vou rasgando a fantasia
Que vesti no carnaval,
Menina faz poesia
Brilhando nesse lual...

trova

Sei de tanta falsidade
Conheço, desde menino,
Em teu corpo, a claridade,
Onde banho e me ilumino...

trova

Moça bonita, cuidado,
Não caia no velho papo,
O tal príncipe encantado,
Há muito já virou sapo...

trova

Na fumaça do cigarro,
Te vejo nas espirais,
Se tropeço, me agarro
Em ti, cairei jamais...

trova

Não sei nem quero saber
Quem inventou sofrimento,
Só sei que quero viver,
Ao teu lado, esse momento...

trova

Rosa vermelha, sedução.
Rosa branca, quero paz.
Plantar, no teu coração,
Um rosal, se for capaz...

trova

Foste tanto, fui tão pouco,
Me perdoe, meu amor,
Hoje, tonto, vivo louco,
Com meu peito sofredor...

trova

Vida, vela leva o vento,
Pra distante, nesse mar,
Vou vivendo no relento,
Procurando te encontrar...

trova

Da noite quero o luar,
O sol desejo do dia,
Conjugando o verbo amar,
Transbordando poesia.

trova

Não há coisa mais bonita
Nesse mundo de meu Deus,
Que os olhos da minha Rita,
Quando olha nos olhos meus...

trova

Vencido pelo cansaço,

Adormeci nos teus braços,

Vem. Me dê um abraço,

Estreitando nossos laços...

trova

Cansado de te esperar,
Parti para outra cidade,
Procurando te encontrar,
Amada felicidade...

trova

Na curva torta do rio,
No meio do meu sertão,
Quero um dia que, vadio,
Enterrem meu coração...

poemeto

Esperança diz teu nome
Cada dia mais distante,
Tua imagem me consome,
Perdida, tão inconstante...
Mas, a cada dia vejo,
Que amar mais do que pude,
Faz viver esse desejo,
Amar-te tanto, amiúde...

poemeto

Na estrada da minha vida;
Muitas curvas, capotei.
Minha sina é despedida,
Sofrendo por quem amei.
Tanto quero esse querer
Quanto espero pela lua
De tantas, tenho você,
A minha alma é toda sua...

Sunday, July 16, 2006

poemeto

Vi teu nome rabiscado
Marcado pela paixão.
Foi nesse tempo passado,
Onde tinha o coração
Um bater desesperado
Descompassado afinal
Tanto tempo já marcado,
Na árvore desse quintal...

poemeto

De fome e sede nos matos
Sertanejo vai morrendo,
Na seca desses regatos
Nos dias que vai sofrendo.
Tal qual esse sertanejo,
Assim também meu viver,
Vai secando esse desejo,
Na fome de ter você.

poemeto

Seu doutor, me dá um tempo
Preu poder te confessar
Depois desse contratempo
Não posso nem vou negar
A vida me deu saudade
Por herança e por meu bem
No tempo da mocidade,
Ficou o gosto d’alguém...

poemeto

Não quero saber de ti
Nem quero mais solidão
De tudo que já vivi
Nem me resta mais perdão
Só me traz o pensamento
Longe de tantas promessas
Vou morrendo esse momento
Amando-te às avessas...

poemeto

No tabuleiro da serra
Seguindo pelas estradas
Vou trilhando pelas terras
Nas noites enluaradas.
Estrelas por companhia
Em busca do meu descanso
As três marias por guia
Em Maria o meu remanso...

poemeto

Gosto doce da maçã
Na boca de quem amei,
Trazendo meu amanhã
Dos tempos que já passei.
Vem morena me dizer,
Conhecer a mansidão
Nos teus braços vou morrer
Maltratando o coração...

poemeto

Vou em busca de teu beijo
Percorrendo essa cidade,
Espreitando meu desejo,
Conhecer felicidade.
Mas bem sei que sou sozinho
Desencanto de verdade,
Procurando pelo ninho
Encontrando falsidade...

poemeto

Eu bem fiz minha morada
Desse peito sofredor
No final, não deu em nada
Pouca coisa que restou
Foi somente essa saudade
Que me faz seguir em frente,
Amar, amei de verdade,
Me curei, fiquei doente...

poemeto

Vai o trem do caipira
Desfilando pela estrada
Espingarda quando atira
Com a mira enviesada
No meio do matagal,
Na noite enluarada
No canto desse urutau,
De tristezas, recheada...

poemeto

De Denise quero o canto
De Renata, a alegria
De Luiza, seu encanto,
O paladar de Maria
Quero de Rita a delícia
Que conheci em Joana,
De Paulinha, essa carícia
Que só me deu Mariana...

poemeto

Conheci tantas mulheres,
Tantas que perdi a conta,
No meio desses talheres,
Minha boca ficou tonta,
Procurando por carinho,
Devorando essa saudade,
Mas agora, vou sozinho,
Veja bem que maldade...

poemeto

Benfazeja essa cidade
Nas montanhas das Gerais
Onde toda claridade,
Brilha tanto, brilha mais...
Paraíso te pertence,
O teu próprio nome diz
Tudo em ti já me convence,
Pois és Espera Feliz...

poemeto

Eu nem sei como tu chamas,
Teu nome não quero ler
Só sei que quando me chamas,
Vou, bem rápido atender.
Pois, se me chamas querida,
Tem sabor de bem querer
Teu nome, já sei, é Vida,
Só por ti, quero viver...

poemeto

Cada vez que me prometes,
Retornar ao meu viver
Que pecado tu cometes,
Cometes sem o saber.
Vai matando, devagar,
Lentamente sem ter dó,
Que prazer tens em matar,
Esse coração tão só?

poemeto

Saudade escreve teu nome
No meio da solidão,
Nessa poeira que some
Na curva desse estradão.
Vivo sonhando contigo
Nada mais quero viver
Nunca mais, nunca prossigo,
Não consigo te esquecer...

poemeto

Resta uma mesa na sala
E uma rosa no jardim
Tudo canta, tudo fala
Saudade batendo em mim
Foste embora, minha amada
Nunca mais poderei ter
Minha vida anda cansada,
Mil vezes melhor morrer...

poemeto

Nas cinzas do meu cigarro,
O que restou de você
No barulho do meu carro
Tanta coisa por dizer
Tantas curvas nessa estrada
Meu rumo vai se perder,
No final vai dar em nada
No nada, sobreviver...

poemeto

O gosto da poesia
Tem sabor dessa saudade
Que me invade todo dia
Que todo dia me invade.
Faz a vida ter valia,
Traz a luz e claridade
Vestindo de fantasia
Vai por toda essa cidade...

poemeto

Gosto amargo da saudade
Fica na boca da gente
Quando vem a claridade
Com o sol lá no nascente.
Bem sei que já vai embora
A mulher que tanto amo,
Correndo por mundo afora,
Teu nome, somente, chamo...

poemeto

Perguntei ao passarinho
Onde encontrava você
Ele me mostrou seu ninho
Onde podia esconder
O amor que tive na vida,
E, bem triste, já perdi,
Me disse, na despedida,
Eu bem te vi, bem te vi...

poemeto

Tesoura cortando pano,
Me faz lembrar de você
Quando ainda tinha esse engano
De nossa vida viver.
Mas tudo foi simplesmente,
Mentira sem serventia,
Hoje sei, completamente,
Que foi tudo, fantasia.

poemeto

Rosa tenho tanto medo
De perder o teu perfume
Conhecendo teu segredo,
Sentindo esse teu lume;
Das rosas que conheci,
Nenhuma é assim tão bela,
É pena que te perdi
Rosa branca e amarela...

poemeto

A porca de tão pesada
Já não anda, meu senhor
A vida desconsolada,
Nada serve sem amor.
Quero o pó dessa estrada
Alimenta o sonhador
Na noite, na madrugada
E por onde quer que eu for...

poemeto

Vi meu rosto nesse espelho,
Reflexo revelador,
No outro lado, bem mais velho
Valha-me Nosso Senhor.
Mas o coração safado
Mesmo assim não toma jeito
Achando-se com direito
De pender para o teu lado...

poemeto

Vagamundo, vagabundo
Coração sem serventia,
Rasgando rasgo profundo
Morrendo um pouco por dia
Cada dia sem Maria
Sem magia e sem valor
Trazendo tanta folia
Transbordando esse calor
Coração, bem que podia,
Traduzir taquicardia
Noutra palavra, amor...

poemeto

Minha mão anda cansada
De tanto escrever teu nome
Pela noite, madrugada,
Em cada canto ou calçada
Vasculho toda cidade,
Não encontro nem metade
Do que fomos e mais nada,
Nada mais quero da vida,
Minha esperança perdida,
Não consigo disfarçar,
Procurando no luar
O que restou de meu mundo,
Nesse universo que inundo
Com meu canto sem sentido,
Por mais que tenha vivido
Tudo se perdeu, sentido
Nenhum tem mais essa vida,
Que antes tivesse perdida
Do que perder quem amei.
Preciso saber onde estás,
Se existes ou se partiste
Onde encontrar essa paz...

poemeto

Tantas são as esperanças
Que encontro nos olhos teus,
Me trazendo essas lembranças
Desses tempos mais ateus
Quando alegre, qual criança,
Neles encontrei meu Deus...

Do Terrorismo

A invasão do sul libanês por Israel é injustificável. Tal atitude de declaração de guerra a um país vizinho, sob a justificativa de retaliação contra um grupo terrorista, transforma Israel em um Estado Terrorista.
Não concordo com as ações do grupo terrorista Hizbollah, longe disto; já que tenho em mente que as soluções pacíficas são as melhores para qualquer tipo de conflito, mas não posso conceber a invasão de um país livre, sob qualquer argumento.
O risco de uma eclosão de violência na região é iminente, podendo transformar o conflito em uma guerra de proporções comparáveis a de 1973, com a geração de uma crise internacional de resultados imprevisíveis.
Paralelamente a isso, a invasão do território palestino pelo mesmo estado Israelita, me faz crer que a paz no Oriente Médio é utópica, puramente utópica.
A reação do Governo Norte americano era de se esperar, já que a interação entre os povos vem de longa data, sendo Israel, o principal aliado norte-americano no Oriente Médio.
Assim como a tímida reação da ONU, desmoralizada e desacreditada desde o início da Guerra do Iraque.
Sou favorável à autodeterminação dos povos, visceralmente favorável.
Acreditando que cada povo tem direito à sua pátria, tal qual o povo judeu tem, vítima por milhares de anos da discriminação e da escravização; mas um erro não justifica outro.
Aliás, a reação do Império Norte Americano neste caso, me remete a outras situações onde as operações dos yankees se mostraram totalmente desastrosa, como no Vietnã, na Coréia e no sudoeste asiático, levando alguns povos à beira da miséria, como no Camboja e no Laos.
A ação imperialista americana nos leva também a pensar na ação européia sobre a colonização africana, quando a divisão de países não respeitou diferenças nem de povos, nem de nações, assim como de idioma e cultura.
A África ainda é um continente com fronteiras a serem refeitas, assim como a própria Europa refez as suas até os dias de hoje, com a independência de Montenegro, por exemplo, e as guerras na Chechênia e em Kosovo, territórios ainda sob custódia e de futuro incerto.
Recordo-me das ações criminosas do Estado Terrorista de Israel sobre os povos que mantém sob domínio, tão imperialista quanto qualquer potência da história.
Assim como, nos últimos anos do milênio passado, a ação dos governos norte americanos sobre o Oriente Médio, levando às intervenções desastrosas no Afeganistão e no Iraque, culminando com a invasão desses países e a criação e fomento da guerrilha e do terror.
Não podemos nos esquecer, também, da ação intervencionista e criminosa dos EUA sobre o Panamá e a Nicarágua, isso sem falar sobre Cuba, Filipinas etc.
Temos também, na nossa História, a amarga e cruel invasão do Paraguai, com efeitos deletérios insuperáveis sobre o povo vizinho.
A exploração vergonhosa dos povos mais fragilizados pelas potências mundiais ou regionais é uma constante na História do Homem.
Os pontos de tensão, como no Tibet, não escolhem ideologia nem culturas; sendo inerente ao ser Humano, desde a origem da espécie, dividida em clãs rivais.
Nesse ponto, desde o início da civilização até os dias de hoje, muito pouco evoluímos, sendo necessária uma reavaliação do papel das Organizações Regionais, como a OEA, a OTAN e a ONU neste campo importantíssimo para a organização da Humanidade.
Temos que tentar nos reavaliar e perceber até que ponto nós mudamos, desde o início até hoje. E como e onde poderemos agir para mudar essa realidade.
Quem gerou a crise na Coréia do Norte foi quem criou a Coréia do Norte, ou seja, o imperialismo soviético e norte americano que hoje posa de “moralizador” sobre o mesmo monstro que gerou.
Os atos de terrorismo feitos pelo estado israelense e os feitos pelos governos norte americano, russo, chinês e outros se diferenciam em que dos atos feitos por grupos não governamentais, como as FALC, a Al Kaeda, Hizbollah, entre outros?
É muito engraçado o Presidente Norte Americano agir como terrorista, em nome do combate ao terrorismo...
Aliás, qual o nome que poderemos dar às ações da CIA na América Latina nas décadas de 60 e 70?
A necessidade de uma noção mais clara de civilização se faz imperativa.
O novo mundo que queremos, justo e igualitário passa, obrigatoriamente pela ruptura do homem com suas raízes imperialistas, escravagistas e belicosa.
A utopia da igualdade, liberdade e fraternidade, que nos remonta a cada 14 de julho, na revolução francesa, ainda está tão distante como sempre foi, apesar da famosa “globalização” que é mais uma palavra sem sentido, apenas e tão somente um termo virtual...

Tucanolândia - capítulo 12 - Vale o que está escrito

Uma das coisas que mais chamava a atenção no reinado de Fernando Henrique Caudaloso era o cumprimento da palavra dada, só comparável à máxima dos banqueiros do jogo do bicho: “vale o que está escrito”.
Todos sabem que, em Tucanolândia, uma das coisas mais honradas é o jogo do bicho. Se você ganhar a aposta, pode ter certeza de que ganhará o prêmio, nada mais certo que isso.
Falando em banqueiro, Fernando Henrique Caudaloso, inspirado nesse exemplo, fez um programa de salvação dos bancos, o famoso PROER (Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Sistema Financeiro Nacional).
Este programa, de total interesse nacional, já que as economias do povo do reinado, principalmente as pequenas economias dos mais pobrezinhos, iam para as cadernetas de poupança, aplicações comuns no reino, estavam todas no sistema financeiro do país.
Em um ato de total desprendimento e amor à pátria, com o sentimento verdadeiramente cristão, Dom Fernando Henrique Caudaloso primeiro, pensando no bem estar do povo, principalmente dos mais pobres, resolveu ajudar os pobres banqueiros que estavam tendo prejuízos enormes no reinado.
Os bancos das províncias, todos estatais, deveriam ser privatizados, já que, como sabemos, o povo do reinado não estava preparado para administrar os seus bens e, embora os políticos locais fossem de uma integridade ímpar, era melhor sanear as dívidas desses bancos antes de vendê-los, com altos lucros, para a iniciativa privada.
Pois bem, tal ato de heroísmo custou aos cofres públicos, segundo Fernando Henrique Caudaloso, somente cerca de dez bilhões de reais, embora para os presidentes do Banco Central de Tucanolândia tenha sido um pouquinho mais, cerca de trinta bilhões e para alguns economistas do Cepal, um outro tanto, cerca de cento onze bilhões, coisinha pouca, já que representam somente pouco mais de onze por cento de todas as riquezas nacionais.
Mas a palavra de honra é mais importante que tudo, e isso não tem preço.
A oposição ao Rei Fernando Henrique Caudaloso, essa oposição sem nenhum patriotismo e sem honradez, somente pelo fato de que um dos parentes do Rei ser casado com uma herdeira de um dos bancos ajudados, o Nacional, acusou o pobre rei de favorecimento.
Com essa ação, as pobres economias do povo de Tucanolândia, principalmente as Cadernetas de Poupança foram salvas, num heróico ato do Amado Rei...